O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA: DESAFIOS NA FORMAÇÃO DOCENTE
Elaine Cristina Barbosa dos Anjos 1, Marcelo Máximo Purificação 2
Resumo
Em cinco séculos de história, a experiência de africanos e seus descendentes vêm sendo consolidada através de luta e resistência. Entretanto, essa capacidade de resistir não viabilizou aos afrodescendentes a devida inclusão. Ou seja, apesar da cultura brasileira ser imensamente negra, o mesmo não se pode dizer da cidadania. O preconceito racial, a intolerância à diferença, e até mesmo, a recusa de aceitar as origens étnicas do Brasil são obstáculos para que os professores possam desenvolver um trabalho eficaz para o combate ao racismo. No entanto, a questão fundamental está na formação de educadores que garanta condições técnicas para que o debate sobre a diversidade étnico-racial seja fomentado no ambiente escolar. Espera-se, por meio deste artigo, oferecer condições de se apropriar de informações relevantes e significativas, a partir de estudos de especialistas no assunto e de leis que tratam das práticas pedagógicas de trabalho com relações étnico- raciais na escola, contribuindo para a construção de uma educação que seja geradora de cidadania; que atenda e respeite as diversidades e peculiaridades da população brasileira.
Palavras-chave
Referências
AQUINO, Julio Groppa. Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo, Summus, 1998.
CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo, Contexto, 2003.
BRASIL. Lei N º 10.639, de 9 de janeiro de 2003. D.O.U. de 10/01/ 2003. Altera a Lei nº 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “Históriae Cultura Afro-Brasileira”. Brasília, 2003.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais – Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.
CANDAU, Vera Maria. Formação continuada de professores: tendências atuais. In: CANDAU, Vera Maria. (Org.). Magistério: construção cotidiana. Petrópolis: Vozes, 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Edições Loyola, 1985.
MARX, Karl. & ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo, Edições Avante, 1981.
MEC, Ministério da Educação/Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília, SECAD, 2006.
MORAN, Jose Manuel; MASSETO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2007.
NÓVOA, António Sampaio. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, A. (Org.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. São Paulo: Cortez, 1984.
_______. Da nova LDB ao Novo Plano Nacional de Educação: por uma outra política educacional. Campinas: Autores Associados, 2000.
______. Pedagogia histórico-crítica. Campinas: Autores Associados, 2003.
SCHWARCZ, Lilia M. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: NOVAIS, Fernando A. História da vida privada no Brasil. V.4. São Paulo: Cia das Letras, 2002.
Submetido em:
05/10/2020
Aceito em:
17/11/2020