Editorial
A revista chega com esta edição em seu sexto número, dedicada nessa oportunidade a refletir parte das contribuições da comunidade de pesquisadores do campo de Avaliação presentes no 5o Seminário da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação na Universidade de Campinas em 2013. A Rede tem passado por um forte movimento de expansão desde sua criação, contando com número maior, mais diversificado e qualificado de participantes, inclusive de outros países. A produção técnica refletida nesse número da revista é ilustrativa desse processo pela diversidade de temas tratados, das perspectivas metodológicas adotadas e da filiação institucional dos autores.
A seção de artigos inicia-se com o trabalho de Alcides Gussi e colaboradores, que apresenta os resultados da avaliação de programas de microcrédito do Banco do Nordeste. Hortensia Seldner discute a experiência mexicana em utilizar avaliações em programas sociais. A análise quantitativa da avaliação de impacto do Programa Excelência em Gestão Educacional da Fundação Itaú Social é feita por Maria Carolina Dias e Clarissa Teixeira. Por fim, Armando Simões analisa o perfil dos “Nem-Nem”, os jovens que não estudam nem trabalham no Brasil e os possíveis efeitos do Programa Bolsa Família no fenômeno.
A entrevista deste número é com Evert Vedung, professor emérito da Universidade de Uppsala na Suécia e especialista internacional no campo da Avaliação. Ele discute, entre várias questões, a sua tese das quatro ondas pelas quais a avaliação em políticas públicas tem passado nos últimos cinquenta anos, refletindo os diferentes contextos políticos e abordagens epistemológicas do campo no período: a perspectiva científica-experimental que marcou as primeiras décadas da avaliação, a valorização dos processos avaliativos participativos junto a beneficiários e gestores, a avaliação focada na eficiência no contexto das experiências neoliberais dos anos 1980, e a mais recente, a Evidence-based Evaluation - Avaliação baseada em evidências.
Dando continuidade às contribuições sobre experiências de sistemas de monitoramento apresentadas na edição anterior, a revista traz cinco novos relatos de pesquisa na área: o primeiro revela as estratégias do Governo Federal para o aprimoramento contínuo do Cadastro Único; o segundo apresenta o Portal de Informações Gerenciais elaborado para o Plano Rio Sem Miséria; a experiência do Mato Grosso na avaliação de indicadores de vigilância em saúde é o relato n0 3; por fim, os dois últimos relatos versam sobre o painel de indicadores e o sistema de condicionalidades do Programa Bolsa Família.
Em Notas em M&A, o leitor irá conhecer a proposta do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) de promover o diálogo e facilitar o aprendizado entre países em desenvolvimento sobre políticas sociais inovadoras que levam ao crescimento inclusivo. Fruto de uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o governo brasileiro, o IPC-IG estabeleceu uma rede global que abrange 189 países e alcança mais de 37 mil pessoas e organizações que trabalham com temas similares em governos, universidades, Nações Unidas e organizações da sociedade civil.
A revista completa com esse número três anos de contribuições no campo de Monitoramento e Avaliação de Programas, procurando manter-se fiel aos propósitos de sua criação, de constituir-se em fórum técnico-político para o debate dos avanços, dificuldades e desafios das Políticas Públicas no país, segundo a perspectiva multidisciplinar e plural da comunidade de técnicos e pesquisadores envolvidos na temática. Os desafios para seu quarto ano e próximas edições é aprofundar nessa aposta!
Boa leitura !