Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
https://app.periodikos.com.br/journal/ean/article/doi/10.1590/2177-9465-EAN-2025-0041en
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
Research

Nursing process in an indigenous population healthcare service

Proceso de enfermería en un servicio de atención de salud para poblaciones indígenas

Processo de enfermagem em um serviço de atenção à saúde de populações indígenas

Nádile Juliane Costa de Castro; Raimundo Abreu dos Santos; Jomara da Silva Tembé; Jainara de Souza Araújo; Juliana Pereira Pinto Cordeiro; Fernanda Teixeira Paes

Downloads: 0
Views: 47

Abstract

Objective  to characterize how the nursing process is applied in the Indigenous Health House, identifying the challenges, adaptations, and strategies necessary to integrate indigenous peoples’ cultural and ethnic specificities.

Method  a qualitative, descriptive, and exploratory study conducted between January and March 2022 in an Indigenous Health House within the Guamá-Tocantins Special Indigenous Health District, Brazil. Semi-structured interviews and content analysis were used.

Results  thirteen professionals participated, including four clinical nurses and nine nursing technicians. Eight self-identified as mixed race, four as indigenous, belonging to four distinct ethnicities (Wai-Wai, Gavião, Munduruku, and Amanayé), and one as black. Emerging topics emerged regarding the nursing process organization and challenges, resulting in three categories: The nursing process in indigenous health: organization and challenges; Intercultural care in nursing practice; and Nursing team care singularities.

Final considerations and implications for practice  there is a superficial alignment between intercultural care and the biomedical model, revealing a gap in the direct relationship among elements highlighted in indigenous health conferences, nursing processes, and curricular guidelines. This underscores the importance of strategies that effectively integrate the cultural and ethnic specificities of indigenous peoples into practice.

Keywords

Cultural Diversity; Health Services; Indigenous Peoples; Nursing; Nursing Process

Resumen

Objetivo: caracterizar cómo se aplica el proceso de enfermería en la Casa de Salud Indígena, identificando desafíos, adaptaciones y estrategias para integrar las especificidades culturales y étnicas de los pueblos indígenas.

Método: investigación cualitativa, descriptiva y exploratoria, realizada entre enero y marzo de 2022 en una Casa de Salud Indígena del Distrito Sanitario Especial Indígena Guamá-Tocantins, Brasil. Se realizaron entrevistas semiestructuradas y análisis de contenido.

Resultados: participaron trece profesionales, entre ellos cuatro enfermeros clínicos y nueve técnicos de enfermería. Ocho se autoidentificaron como mestizos, cuatro como indígenas pertenecientes a cuatro etnias distintas (Wai-Wai, Gavião, Munduruku y Amanayé), y uno como negro. Surgieron temas emergentes sobre la organización y los desafíos del proceso de enfermería, que dieron lugar a tres categorías: El proceso de enfermería en la salud indígena: organización y desafíos; Atención intercultural en la práctica enfermera; y Singularidades de la atención del equipo de enfermería.

Consideraciones finales e implicaciones para la práctica: existe una alineación superficial entre el cuidado intercultural y el modelo biomédico, con déficit en la relación directa entre elementos señalados en conferencias de salud indígena, procesos de enfermería y directrices curriculares. Se destaca la importancia de estrategias que integren efectivamente las especificidades culturales y étnicas de los pueblos indígenas en la práctica profesional.
 

Palabras clave

Diversidad Cultural; Enfermería; Proceso de Enfermería; Pueblos Indígenas; Servicios de Salud

Resumo

Objetivo: caracterizar como o processo de enfermagem é aplicado na Casa de Saúde Indígena, identificando os desafios, as adaptações e as estratégias necessárias para integrar as especificidades culturais e étnicas dos povos indígenas.

Método: pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, realizada entre janeiro e março de 2022 em uma Casa de Saúde Indígena do Distrito Sanitário de Saúde Indígena Guamá-Tocantins, Brasil. Utilizaram-se entrevista semiestruturada e análise de conteúdo.

Resultados: participaram 13 profissionais, sendo quatro enfermeiros assistenciais e nove técnicos de enfermagem. Oito se autodeclaram pardos, sendo quatro indígenas pertencentes a quatro etnias distintas (Wai-Wai, Gavião, Munduruku e Amanayé) e um negro. Surgiram temas emergentes sobre a organização e os desafios do processo de enfermagem que resultaram em três categorias: O processo de enfermagem na saúde indígena: organização e desafios; Cuidado intercultural na atuação da enfermagem; e Singularidades dos cuidados da equipe de enfermagem.

Considerações finais e implicações para a prática: há um alinhamento superficial entre o cuidado intercultural e o modelo biomédico como déficit da relação direta entre elementos sinalizados nas conferências de saúde indígena, processos de enfermagem e diretrizes curriculares, destacando a importância de estratégias que integrem as especificidades culturais e étnicas dos povos indígenas efetivamente na prática.

Palavras-chave

Diversidade Cultural; Enfermagem; Povos Indígenas; Processo de Enfermagem; Serviços de Saúde

Referencias

1 Cerri RA, Garnelo L. O contexto da produção de normativas na implementação da política de saúde indígena. Interface. 2025;29:e240100. http://doi.org/10.1590/interface.240100.

2 Cunha MLS, Casanova AO, Cruz MMD, Suárez-Mutis MC, Marchon-Silva V, Souza MS et al. Planejamento e gestão do processo de trabalho em saúde: avanços e limites no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS. Saude Soc. 2023;32(3):e220127. http://doi.org/10.1590/s0104-12902023220127pt.

3 Abrunhosa MA, Machado FRS, Pontes ALM. Da participação ao controle social: reflexões a partir das conferências de saúde indígena. Saude Soc. 2020;29(3):e200584. http://doi.org/10.1590/s0104-12902020200584.

4 Pene BJ, Aspinall C, Deo SS, Wilson D, Parr JM. A bi-cultural multidisciplinary approach to achieving excellence in care for indigenous māori: report from the Wānanga, Auckland. J Adv Nurs. 2024;81(4):2148-58. http://doi.org/10.1111/jan.16622. PMid:39670566.

5 Castro NJC, Simonian LTL. Perceptions and actions of the multi-professional health team on traditional indigenous medicine. 2024;32(1):e77903. http://doi.org/10.12957/reuerj.2024.77903.

6 Macedo V. O cuidado e suas redes doença e diferença em instituições de saúde indígena em São Paulo. Rev Bras Cienc Soc. 2021;36(106):e3610602. http://doi.org/10.1590/3610602/2021.

7 Monteiro MAC, Siqueira LEA, Frota NM, Barros LM, Holanda VMS. Nursing care for the health of indigenous populations: scoping review. Cogitare Enferm. 2023;28:e91074. http://doi.org/10.1590/ce.v28i0.88372.

8 Vieira MA, Lima CDA, Martins ACP, Domenico EBLD. Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem: implicações e desafios. Rev Pesqui. 2020;12:1099-104. http://doi.org/10.9789/2175-5361.rpcfo.v12.8001.

9 Martins JCL, Martins CL, Oliveira LSS. Attitudes, knowledge and skills of nurses in the Xingu Indigenous Park. Rev Bras Enferm. 2020;73(6):e20190632. http://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0632. PMid:32901747.

10 Hall K, Vervoort S, Fabbro L, Minniss FR, Saunders V, Martin K et al. Evolving beyond antiracism: reflections on the experience of developing a cultural safety curriculum in a tertiary education setting. Nurs Inq. 2023;30(1):e12524. http://doi.org/10.1111/nin.12524. PMid:36083828.

11 Curtis E, Loring B, Jones R, Tipene-Leach D, Walker C, Paine SJ et al. Refining the definitions of cultural safety, cultural competency and Indigenous health: lessons from Aotearoa New Zealand. Int J Equity Health. 2025;24(1):130. http://doi.org/10.1186/s12939-025-02478-3. PMid:40346663.

12 Horta WA. A metodologia do processo de enfermagem. Rev Bras Enferm [Internet]. 1974 [citado 2024 jan 25];8(1):7-15. Disponível em: scielo.br/j/reeusp/a/z3PMpv3bMNst7jCJH77WKLB/?format=pdf⟨=pt

13 Moura JWS, Nogueira DR, Rosa FFP, Silva TL, Santos EKA, Schoeller SD. Marcos de visibilidade da enfermagem na era contemporânea: uma reflexão à luz de Wanda Horta. Rev Enferm Atual In Derme. 2022;96(39):e-021273. http://doi.org/10.31011/reaid-2022-v.96-n.39-art.1450.

14 Ahmadpour B, Turrini RNT, Camargo-Plazas P. Resolutividade no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS): análise em um serviço de referência no Amazonas, Brasil. Cien Saude Colet. 2023;28(6):1757-66. http://doi.org/10.1590/1413-81232023286.13672022.

15 Barbo G, Alam S. Indigenous people’s experiences of primary health care in Canada: a qualitative systematic review. Health Promot Chronic Dis Prev Can. 2024;44(4):131-51. http://doi.org/10.24095/hpcdp.44.4.01. PMid:38597804.

16 Hardy BJ, Filipenko S, Smylie D, Ziegler C, Smylie J. Systematic review of Indigenous cultural safety training interventions for healthcare professionals in Australia, Canada, New Zealand and the United States. BMJ Open. 2023;13(10):e073320. http://doi.org/10.1136/bmjopen-2023-073320. PMid:37793931.

17 Jull J, Fairman K, Oliver S, Hesmer B, Pullattayil AK. Interventions for Indigenous peoples making health decisions: a systematic review. Arch Public Health. 2023;81(1):174. http://doi.org/10.1186/s13690-023-01177-1. PMid:37759336.

18 Rocha ESC, Toledo NDN, Pina RMP, Fausto MCR, D’Viana AL, Lacerda RA. Atributos da Atenção Primária à Saúde no contexto da saúde indígena. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190641. http://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0641. PMid:32667395.

19 Souza VRDS, Marziale MHP, Silva GTR, Nascimento PL. Tradução e validação para a língua portuguesa e avaliação do guia COREQ. Acta Paul Enferm. 2021;34:eAPE02631. http://doi.org/10.37689/acta-ape/2021AO02631.

20 Valle PRD, Ferreira JL. Análise de conteúdo na perspectiva de Bardin: contribuições e limitações para a pesquisa qualitativa em educação. Educ Rev. 2025;41:e49377. http://doi.org/10.1590/0102-469849377-t.

21 Ramsden I. Kawa Whakaruruhau: Cultural safety in nursing education in Aotearoa. Nurs Prax N Z. 1990;5(3):4-10. http://doi.org/10.36951/NgPxNZ.1993.009. PMid:8298296.

22 Hunter K, Roberts J, Foster M, Jones S. Dr Irihapeti Ramsden’s powerful petition for cultural safety. Nurs Prax Aotearoa N. Z. 2021;37(1):25-8. http://doi.org/10.36951/27034542.2021.007.

23 Baniwa G. Educação e povos indígenas no limiar do século XXI: debates e práticas interculturais. Antr Soc [Internet]. 2023 [citado 2024 jan 25];1(1):7-21. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/antropologiaesociedade/article/view/257830/43643

24 Fernandes RF. Povos indígenas e antropologia: novos paradigmas e demandas políticas. Espaço Ameríndio. 2015;9(1):322-54. http://doi.org/10.22456/1982-6524.53317.

25 Ishaque S, Ela O, Rissel C, Canuto K, Hall K, Bidargaddi N et al. Cultural adaptation of an aboriginal and torres strait islanders maternal and child mhealth intervention: protocol for a co-design and adaptation research study. JMIR Res Protoc. 2025;14:e53748. http://doi.org/10.2196/53748. PMid:39793001.

26 Melgueiro-Baniwa EM. Ensino das Línguas Indígenas na Universidade de Brasília: caminhos, desafios, avanços e perspectivas. Sens Public. 2022;1-17. http://doi.org/10.7202/1098425ar.

27 Bearskin BML, Seymour MLC, Melnyk R, D’Souza M, Sturm J, Mooney T et al. Truth to action: lived experiences of indigenous healthcare professionals redressing indigenous-specific racism. Can J Nurs Res. 2025;57(1):94-111. http://doi.org/10.1177/08445621241282784. PMid:39363826.

28 Papalini V. Problemas do pluralismo médico: contribuições para uma perspectiva multiepistêmica no Sul global. Soc Cult. 2024;27:e78315. http://doi.org/10.5216/sec.v27.78315.

29 Fournier C, Garneau ABL, Pepin J. Understanding the expanded nursing role in indigenous communities: a qualitative study. J Nurs Manag. 2021;29(8):2489-98. http://doi.org/10.1111/jonm.13349. PMid:33908119.

30 Sousa JMS, Rapozo PHC. Bem viver para os Munduruku. ContraCorrente. 2024;21:300-20. http://doi.org/10.59666/cc-ppgich.v0i21.3609.

31 Hinds A, Aguilar SB, Duarte Y, Ospina D, Vargas GJH, Mignone J. Health care utilization and perceived quality of care in a Colombian Indigenous Health Organization. Eval Health Prof. 2024;48(2):230-7. http://doi.org/10.1177/01632787241288225. PMid:39365595.

32 Santos AFL, Oliveira GDNS, Lima UTS. Experiências de saúde indígena com a etnia Xukuru Kariri. Rev JRG Est Acad. 2023;6(13):862-74. http://doi.org/10.5281/zenodo.8050641.

33 Lima CAB, Moura IR, Souza AES. Elaboração de um guia para acolhimento de usuários nas Casas de Apoio à Saúde Indígena. Cuad Educ Desarro. 2024;16(6):e4509. http://doi.org/10.55905/cuadv16n6-100.

34 Rojas JG, Herrero R. Changing Home: experiences of the Indigenous when Re-ceiving Care in Hospital. Invest Educ Enferm. 2020;38(3):e08. http://doi.org/10.17533/udea.iee.v38n3e08. PMid:33306898.

35 Casagranda F, Luz VG, Martins CP, Dias-Scopel RP, Fernandes R, Fonseca W. A saúde indígena na atenção especializada: perspectiva dos profissionais de saúde em um hospital de referência no Mato Grosso do Sul, Brasil. Cad Saude Publica. 2024;40(6):e00094622. http://doi.org/10.1590/0102-311xpt094622. PMid:39082566.

36 Barreto JPL. Bahserikowi – Centro de Medicina Indígena da Amazônia: concepções e práticas de saúde indígena. Rev Antropol. [Internet]. 2017 [citado 2024 jan 25];9(2):594-612. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/amazonica/article/view/5665/4679

37 Komene E, Davis J, Davis R, O’Dwyer R, Te Pou K, Dick C et al. Māori nurse practitioners: the intersection of patient safety and culturally safe care from an Indigenous lens. J Adv Nurs. No prelo 2024. http://doi.org/10.1111/jan.16334. PMid:39007636.
 


Accepted date:
07/07/2025

68c98cdaa953956b8f529c34 ean Articles

Esc. Anna Nery

Share this page
Page Sections