Avaliação do Rastreio de Câncer Colorretal em Pais de Estudantes de Medicina
Larissa Mariana Ayde, Laura Silveira Tanisaka, Pedro Vinícius Rojek Halla, Claudia Vaz de Melo Sette, Juliana Vieira Biason Bonometto, Jean Henri Maselli-Schoueri, Auro Del Giglio, Daniel de Iracema Gomes Cubero
Resumo
OBJETIVO: Analisar o comportamento de pais e responsáveis de estudantes de medicina a respeito do rastreamento do CCR. MÉTODOS: Estudo transversal com análise de questionários eletrônicos, disponibilizados aos pais e responsáveis de estudantes de medicina do Centro Universitário FMABC. Estatística descritiva foi utilizada para as frequências relativas e absolutas. Para avaliar as associações entre dois grupos distintos, realizaram-se testes de chi-quadrado entre variáveis categóricas. Já para variáveis quantitativas, o teste T de Student ou Wilcoxon/Mann-Whitney foi utilizado a depender da natureza paramétrica ou não paramétrica dos dados, respectivamente. O nível de confiança foi estabelecido em 95% e o programa Stata® 12.0 foi utilizado. RESULTADOS: Foram obtidas 207 respostas completas ao questionário, sendo a maioria dos respondentes do sexo masculino (57,5%). Quase a totalidade (95,7%) possuía convênio médico, e a maioria (72%) acreditava ser insuficientemente informada sobre o tema, sendo os médicos considerados a principal fonte de informação. Ao todo, 125 participantes (60,4%) afirmaram ter realizado exames para rastreio do CCR, sendo a colonoscopia o método mais empregado. Notou-se que participantes com convênio médico apresentaram maior frequência na realização do exame (p 0,013) e, em sua maioria, tratavam-se de profissionais de outras áreas que não a saúde (p 0,045). Foi observado que homens se consultam de forma mais frequente que mulheres (p 0,006), e que a idade média da primeira colonoscopia foi maior no sexo feminino (p 0,023). CONCLUSÕES: Nosso estudo mostrou que pais e responsáveis por estudantes de medicina realizaram, em sua maioria, exames de rastreio para o CCR, apesar de não ser considerada uma prática custo-efetiva no Brasil. Acreditamos que o custeio da própria saúde, como é o caso da maioria dos respondentes, seja um facilitador no acesso.
Palavras-chave
Referências
1. Sung H, Ferlay J, Siegel RL, et al. Global Cancer Statistics 2020: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA Cancer J Clin. 2021;71(3):209-49. http://doi.org/10.3322/caac.21660. PMid:33538338.
2. Torre LA, Siegel RL, Ward EM, Jemal A. Global cancer incidence and mortality rates and trends--an update. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2016;25(1):16-27. http://doi.org/10.1158/1055-9965.EPI-15-0578. PMid:26667886.
3. Ponz de Leon M, Percesepe A. Pathogenesis of colorectal cancer. Dig Liver Dis. 2000;32(9):807-21. http://doi.org/10.1016/S1590-8658(00)80361-8. PMid:11215564.
4. Scandiuzzi MCP, Camargo EB, Elias FTS. Câncer colorretal no Brasil: perspectivas para detecção precoce. Brasília Med. 2019;56:1-6. http://doi.org/10.5935/2236-5117.2019v56a02.
5. Patel SS, Kilgore ML. Cost effectiveness of colorectal cancer screening strategies. Cancer Contr. 2015;22(2):248-58. http://doi.org/10.1177/107327481502200219. PMid:26068773.
6. Sharma R, Abbasi-Kangevari M, Abd-Rabu R, et al. Global, regional, and national burden of colorectal cancer and its risk factors, 1990–2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. Lancet Gastroenterol Hepatol. 2022;7(7):627-47. http://doi.org/10.1016/S2468-1253(22)00044-9. PMid:35397795.
7. Ran T, Cheng CY, Misselwitz B, Brenner H, Ubels J, Schlander M. Cost-effectiveness of colorectal cancer screening strategies- a systematic review. Clin Gastroenterol Hepatol. 2019;17(10):1969-1981.e15. http://doi.org/10.1016/j.cgh.2019.01.014. PMid:30659991.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Titulo. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. p. 75-77.
9. American Cancer Society. Colorectal cancer facts & figures 2023-2025. Atlanta: ACS; 2023.
10. Souza PRB Jr, Szwarcwald CL, Damacena GN, et al. Health insurance coverage in Brazil: analyzing data from the National Health Survey, 2013 and 2019. Cien Saude Colet. 2021;26(1, Suppl 1):2529-41. http://doi.org/10.1590/1413-81232021266.1.43532020. PMid:34133632.
11. Brasil. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Tabelas de beneficiários de planos de saúde, taxas de crescimento e cobertura. Sistema de Informações de Beneficiários-SIB/ANS/MS - 06/2022 e População - IBGE/DATASUS/2012 [Internet]. Brasília; 2022 [citado 2022 ago 14]. https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/perfil-do-setor/dados-gerais
12. Honein-AbouHaidar GN, Kastner M, Vuong V, et al. Systematic review and meta-study synthesis of qualitative studies evaluating facilitators and barriers to participation in colorectal cancer screening. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2016;25(6):907-17. http://doi.org/10.1158/1055-9965.EPI-15-0990. PMid:27197277.
13. Nuche-Berenguer B, Sakellariou D. Socioeconomic determinants of participation in cancer screening in Argentina: a cross-sectional study. Front Public Health. 2021;9:699108. http://doi.org/10.3389/fpubh.2021.699108. PMid:34504827.
14. Kerrison RS, Sheik-Mohamud D, McBride E, et al. Patient barriers and facilitators of colonoscopy use: a rapid systematic review and thematic synthesis of the qualitative literature. Prev Med. 2021;145:106413. http://doi.org/10.1016/j.ypmed.2020.106413. PMid:33412167.
15. Bromley EG, May FP, Federer L, Spiegel BM, van Oijen MG. Explaining persistent under-use of colonoscopic cancer screening in African Americans: a systematic review. Prev Med. 2015;71:40-8. http://doi.org/10.1016/j.ypmed.2014.11.022. PMid:25481094.
16. Silva ACB, Vicentini MFB, Mendoza EZ, et al. Young-age onset colorectal cancer in Brazil: Analysis of incidence, clinical features, and outcomes in a tertiary cancer center. Curr Probl Cancer. 2019;43(5):477-86. http://doi.org/10.1016/j.currproblcancer.2019.01.009. PMid:30826126.
17. Kaminski MF, Robertson DJ, Senore C, Rex DK. Optimizing the quality of colorectal cancer screening worldwide. Gastroenterology. 2020;158(2):404-17. http://doi.org/10.1053/j.gastro.2019.11.026. PMid:31759062.
18. Brasil. Ministério da Saúde. Campanha de prevenção do câncer colorretal: câncer de intestino: profissionais de saúde. Brasília; 2013.
19. Chacko L, Macaron C, Burke CA. Colorectal cancer screening and prevention in women. Dig Dis Sci. 2015;60(3):698-710. http://doi.org/10.1007/s10620-014-3452-4. PMid:25596719.
20. Le Bonniec A, Mas S, Préau M, Cousson-Gélie F. Understanding barriers and facilitators to participation in colorectal cancer screening: a French qualitative study. J Health Psychol. 2021;26(12):2260-77. http://doi.org/10.1177/1359105320909883. PMid:32166981.
21. Taha H, Al Jaghbeer M, Al-Sabbagh MQ, Al Omari L, Berggren V. Knowledge and practices of colorectal cancer early detection examinations in jordan: a cross sectional study. Asian Pac J Cancer Prev. 2019;20(3):831-8. http://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.3.831. PMid:30912401.
22. Gede N, Reményi Kiss D, Kiss I. Colorectal cancer and screening awareness and sources of information in the Hungarian population. BMC Fam Pract. 2018;19(1):106. http://doi.org/10.1186/s12875-018-0799-1. PMid:29960585.
23. Kay M, Mitchell G, Clavarino A, Doust J. Doctors as patients: a systematic review of doctors’ health access and the barriers they experience. Br J Gen Pract. 2008;58(552):501-8. http://doi.org/10.3399/bjgp08X319486. PMid:18611318.
Submetido em:
07/04/2025
Revisado em:
29/05/2025
Aceito em:
30/06/2025