Neste primeiro número do terceiro volume da revista Ação Ergonômica intitulado A Ergonomia de Atividades Especiais apresentamos artigos que tratam de diferentes situações de trabalho com ênfase em atividades que exigem ao limite o desempenho humano, algumas do ponto de físico outras do cognitivo. A atuação do ergonomista que visa a transformação positiva do trabalho, tornando o trabalho das pessoas mais fácil e seguro, precisa lidar também com as situações especiais tais como as aqui descritas. Assim, este exemplar se inicia pela atividade de manutenção de fachadas prediais, onde os trabalhadores utilizam sistemas de acesso e posicionamento auxiliados por cordas, por meio de equipamentos oriundos de práticas esportivas (alpinismo, rapel) que ora estão sendo utilizados como ferramentas de trabalho. A seguir apresentamos um estudo em um contexto de produção em taquigrafia de uma instituição pública federal onde se buscou investigar em que medida a organização e as condições reais de trabalho possibilitam construir um quadro elucidativo da origem das doenças ocupacionais e o custo humano da atividade em taquigrafia nas dimensões física, cognitiva e afetiva. Os dois artigos que se seguem tratam de atividades cognitivas, mais especificamente relacionadas a metodologia de projeto de interfaces de sistemas complexos que buscam levar em consideração as capacidades cognitivas dos operadores. Neste sentido, é importante notar que o “desentendimento” entre pessoas e sistemas automáticos continuam acontecendo e estão na raiz dos recentes acidentes aéreos ocorridos no Brasil. Esta edição se encerra com um artigo sobre integração das diferentes dimensões do trabalho no projeto de centro de saúde visando a concepção ou reordenamento dos espaços a partir das atividades que ali são realizadas. Assim, a Ação Ergonômica busca neste exemplar de 2007 perseverar no cumprimento da sua missão de ser um periódico científico e tecnológico que apresente as bases conceituais, metodológicas e instrumentais para ações e projetos em ergonomia.