O Código de Ética Doméstica, presente em Cl 3,18–4,1, é o melhor exemplo do profícuo encontro da cultura greco-romana, testemunhada por autores contemporâneos, com o Evangelho de Jesus anunciado e vivido nas comunidades paulinas do séc. I d.C. Nele, fica claro que o Evangelho, em sua fecundidade, absorve o ethos de um povo e gera uma nova ética, que expressa a novidade da vida em Cristo. Esse é o caminho gerador, desde as origens cristãs, da Doutrina Social da Igreja, assim chamada a partir do século XIX, desde a publicação da Carta Encíclica Rerum Novarum, pelo Papa Leão XIII (1891). Embora, seja o próprio Jesus Cristo a fonte originante da Doutrina Social da Igreja, apresenta-se aqui uma expressão originária dessa mesma doutrina, no processo de estabilização das primeiras comunidades cristãs. Analisa-se neste estudo, como o apoio de Carlos Gil Arbiol, Eduard Schweizer, Margaret Y. Macdonald, Rafael Aguirre Monasterio e Senen Vidal, o processo sócio histórico-cultural que subjaz ao texto bíblico, especialmente no que diz respeito à tríplice relação característica da sociedade patriarcal greco romana daquela época: conjugal (marido – esposa), procriadora (pais – filhos) e servil (senhor – escravo). Assim, demonstra-se que ainda hoje, quando a sociedade moderna é marcada por outras relações, outros valores e contravalores, mesmo assim, o Evangelho e a cultura podem e devem realizar um encontro profícuo e salvífico, que possibilite às pessoas, famílias, comunidades e a sociedade como um todo, a seu tempo e no seu território geográfico e cultural, experimentar a graça da vida nova em Cristo Jesus.

The Code of Domestic Ethics, found in Col 3,18–4,1, is the best example of the fruitful encounter between Greco-Roman culture, as witnessed by contemporary authors, and the Gospel of Jesus as proclaimed and lived in the Pauline communities of the 1st century AD. It clearly shows that the Gospel, in its fruitfulness, absorbs the ethos of a people and generates a new ethic that expresses the newness of life in Christ. This is the path that has generated, since the Christian origins, the Social Doctrine of the Church, so called since the 19th century, following the publication of the Encyclical Letter Rerum Novarum by Pope Leo XIII (1891). Although Jesus Christ himself is the original source of the Social Doctrine of the Church, here we present an original expression of this same doctrine, in the process of stabilization of the first Christian communities. This study, supported by Carlos Gil Arbiol, Eduard Schweizer, Margaret Y. Macdonald, Rafael Aguirre Monasterio and Senen Vidal, analyzes the socio-historical-cultural process that underlies the biblical text, especially with regard to the threefold relationship characteristic of the Greco-Roman patriarchal society of that time: conjugal (husband – wife), procreative (parents – children) and servile (master – slave). Thus, it is demonstrated that even today, when modern society is marked by other relationships, other values and counter-values, the Gospel and culture can and should bring about a fruitful and salvific encounter, which enables individuals, families, communities and society as a whole, in their own time and in their own geographical and cultural territory, to experience the grace of new life in Christ Jesus.

El Código de Ética Doméstica, presente en Col 3,18–4,1, es el mejor ejemplo del encuentro fructífero de la cultura grecorromana, testimoniado por autores contemporáneos, con el Evangelio de Jesús anunciado y vivido en las comunidades paulinas del Siglo I AD. En él queda claro que el Evangelio, en su fecundidad, absorbe el ethos de un pueblo y genera una nueva ética, que expresa la novedad de la vida en Cristo. Este es el camino que generó, desde los orígenes cristianos, la Doctrina Social de la Iglesia, así llamada a partir del siglo XIX, desde la publicación de la Carta Encíclica Rerum Novarum, del Papa León XIII (1891). Si bien el propio Jesucristo es la fuente original de la Doctrina Social de la Iglesia, aquí se presenta una expresión original de esa misma doctrina, en el proceso de estabilización de las primeras comunidades cristianas. Este estudio analiza, con el apoyo de Carlos Gil Arbiol, Eduard Schweizer, Margaret Y. Macdonald, Rafael Aguirre Monasterio y Senen Vidal, el proceso sociohistórico-cultural que subyace al texto bíblico, especialmente en lo que respecta a la triple relación característica dela sociedad patriarcal grecorromana de aquella época: conyugal (marido – mujer), procreadora (padres – hijos) y servil (amo – esclavo). Así, se demuestra que aún hoy, cuando la sociedad moderna está marcada por otras relaciones, otros valores y contravalores, aun así, el Evangelio y la cultura pueden y deben lograr un encuentro fructífero y salvífico, que posibilite a las personas, a las familias, a las comunidades y a la sociedad en su conjunto, en su tiempo y en su territorio geográfico y cultural, experimentar la gracia de la vida nueva en Cristo Jesús.