A nossa pesquisa consiste em demonstrar o desvio do conceito de liberdade em grande parte do pensamento moderno, isto é, a exaltação do liberalismo e da consciência individual como pressupostos de verificação do agir. Dessa forma, nota-se uma ideia de liberdade na democracia que a coloca em risco, sem o compromisso do agir social e responsável. Além disso, o individualismo torna-se um impedimento para uma fundamentação ética que precisa ser universal na era da ciência. Desse modo, pretendemos analisar os problemas dessa concepção de liberdade, bem como a necessidade de uma fundamentação moral que possa apresentar soluções para os grandes problemas atuais da humanidade e as dificuldades históricas, culturais e epistemológicas para essa fundamentação. Utilizando a metodologia bibliográfica, realizamos essa análise crítica através da Ética do Discurso de Karl Otto Apel, que estrutura, pelos pressupostos da linguagem, a possibilidade de uma moral universal, através da Pragmática Transcendental, revelando assim um universal concreto. Apresentamos também a resposta ao problema através do pensamento político e moral do teólogo Joseph Ratzinger, utilizando principalmente o texto intitulado “Verdade, Valores e Poder: Pedras-de-toque de uma sociedade pluralista”, publicado no livro “Liberar a Liberdade: Fé e Política no terceiro milênio”. Neste sentido podemos perceber que a liberdade só pode ser vivida e analisada como uma realidade comunitária, sendo, portanto, um valor democrático, ao lado do bem e do direito. Em nossa análise poderemos ver que embora a ética do discurso (filosófica) e a teologia política de Ratzinger (teologia) tenham conceitos, métodos e fundamentos divergentes, existem elementos que demonstram uma relação parcial (não absoluta), primeiramente porque o problema do liberalismo e do individualismo são postos por ambos, bem como a necessidade de uma reflexão ética profunda, mesmo que a ética do discurso tenha como fundamento a via pública da discussão e a ética teológica possua, como fundamento, o discernimento, disposição de agir de acordo com a vontade de Deus, pela revelação, e Ratzinger demonstra isso através da orientação da consciência para a verdade. Portanto, nossa pretensão é demonstrar esse possível diálogo sobre a ética, colocando a questão da liberdade no horizonte filosófico e teológico da fé na dimensão da consciência.

Our research consists in demonstrating the deviation of the concept of freedom in a large part of modern thought, that is, the exaltation of liberalism and individual conscience as presuppositions for the verification of action. In this way, there is an idea of freedom in democracy that puts it at risk, without the commitment of social and responsible action. Furthermore, individualism becomes an impediment to an ethical foundation that needs to be universal in the age of science. In this way, we intend to analyze the problems of this conception of freedom, as well as the need for a moral foundation that can present solutions to the great current problems of humanity and the historical, cultural and epistemological difficulties for this foundation. Using the bibliographic methodology, we carried out this critical analysis through Karl Otto Apel's Discourse Ethics, which structures, through the assumptions of language, the possibility of a universal moral, through Transcendental Pragmatics, thus revealing a concrete universal. We also present the answer to the problem through the political and moral thought of the theologian Joseph Ratzinger, using mainly the text entitled “Truth, Values and Power: Touchstones of a pluralistic society”, published in the book “Liberar a Liberdade: Fé et Politics in the third millennium”. In this sense, we can see that freedom can only be lived and analyzed as a community reality, being therefore a democratic value, alongside the good and the right. In our analysis we can see that although discourse ethics (philosophical) and Ratzinger's political theology (theology) have divergent concepts, methods and foundations, there are elements that demonstrate a partial (not absolute) relationship, primarily because the problem of liberalism and of individualism are posed by both, as well as the need for a deep ethical reflection, even if the ethics of discourse is based on the public way of discussion and theological ethics has, as a foundation, discernment, willingness to act in accordance with the will of God, by revelation, and Ratzinger demonstrates this through the orientation of conscience towards truth. Therefore, our intention is to demonstrate this possible dialogue on ethics, placing the issue of freedom in the philosophical and theological horizon of faith in the dimension of conscience.

Nuestra investigación consiste en demostrar la desviación del concepto de libertad en gran parte del pensamiento moderno, es decir, la exaltación del liberalismo y la conciencia individual como presupuesto para la acción verificadora. De esta forma, hay una idea de libertad en democracia que la pone en riesgo, sin el compromiso de una acción social y responsable. Además, el individualismo se convierte en un impedimento para una base ética que necesita ser universal en la era de la ciencia. De esta manera, pretendemos analizar los problemas de esta concepción de la libertad, así como la necesidad de una fundamentación moral que pueda presentar soluciones a los grandes problemas actuales de la humanidad y las dificultades históricas, culturales y epistemológicas para esta fundamentación. Utilizando la metodología bibliográfica, realizamos este análisis crítico a través de la Ética del Discurso de Karl Otto Apel, que estructura, a través de los presupuestos del lenguaje, la posibilidad de una moral universal, a través de la Pragmática Trascendental, revelando así un universal concreto. También presentamos la respuesta al problema a través del pensamiento político y moral del teólogo Joseph Ratzinger, utilizando principalmente el texto titulado “Verdad, Valores y Poder: Piedras de toque de una sociedad pluralista”, publicado en el libro “Liberar a Liberdade: Fé et Politics en el tercer milenio”. En este sentido, podemos ver que la libertad sólo puede ser vivida y analizada como una realidad comunitaria, siendo por tanto un valor democrático, junto con el bien y el derecho. En nuestro análisis podemos ver que si bien la ética del discurso (filosófica) y la teología política de Ratzinger (teología) tienen conceptos, métodos y fundamentos divergentes, hay elementos que demuestran una relación parcial (no absoluta), principalmente porque el problema del liberalismo y del individualismo que plantean ambos, así como la necesidad de una profunda reflexión ética, si bien la ética del discurso se fundamenta en la forma pública de discusión y la ética teológica tiene como fundamento el discernimiento, la voluntad de obrar de acuerdo con la voluntad de Dios, por revelación, y Ratzinger lo demuestra a través de la orientación de la conciencia hacia la verdad. Por tanto, nuestra intención es demostrar este posible diálogo sobre la ética, situando el tema de la libertad en el horizonte filosófico y teológico de la fe en la dimensión de la conciencia.