O autor tem o objetivo de contribuir' ao debate sobre a política energética em vista da evolução da economia mundial. Para tal fim, ele faz uma análise sucinta das características da chamada "crise energética internacional", das implicações da mesma para o Brasil e de alguns elementos que considera necessários para alcançar soluções eficazes. A questão energética é definida num contexto amplo, no qual interage com outros aspectos cruciais da problemática mundial contemporânea, que, em conjunto, estão ocasionando significativas transformações na estrutura da economia mundial. Tais transformações alteram o papel e as perspectivas da economia nacional. O trabalho examina causas e conseqüências diretas da questão energética em particular, identificando fatores de caráter físico, tecnológico e institucional relativos a oferta e procura de energia. No Brasil, a análise sucinta de diversas opções disponíveis revela que o país poderia ter condições de superar a crítica situação atual, particularmente através do destacado papel que corresponde ao setor agrícola e mediante a utilização da biomassa, da hidreletricidade e de outras fontes não-convencionais de energia, conjuntamente com esquemas que permitam poupar energia. Mas torna-se notória a necessidade de pôr em prática uma estratégia integrada com os seguintes objetivos básicos: a) facilitar a integração de esforços das diversas instituições responsáveis pela tomada de decisões e pelo desenvolvimento de estudos especializados, a níveis setorial e regional; e b) formular diretrizes claras e duradouras que reduzam incertezas, orientando a ação dos setores produtores e consumidores das diversas fontes energéticas. Dentro deste contexto, o trabalho apresenta diversas sugestões para a elaboração de um marco de referência global para pesquisas nessa área.