Este artigo propõe revisar a estrutura conceitual da análise econômico-financeira das demonstrações contábeis, especialmente no tratamento do ativo não circulante. Partindo das contribuições do modelo dinâmico de Fleuriet, que mostrou a necessidade de reorganizar as contas de curto prazo para uma avaliação adequada da liquidez e da solvência, defende-se a extensão dessa lógica ao longo prazo. A divisão tradicional do ativo não circulante em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível gera distorções nos indicadores financeiros, sobretudo em contextos como processos licitatórios que utilizam índices econômico-financeiros como critério de habilitação. Por meio de simulações e exemplos práticos, demonstra-se que a unificação analítica do ativo não circulante corrige assimetrias, amplia a utilidade da contabilidade como instrumento de decisão e aproxima os índices da realidade econômica das entidades.