Brazilian Journal of Anesthesiology
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Brazilian Journal of Anesthesiology
Review Article

Transfusão consciente de hemoderivados. Revisão sistemática dos fatores indicativos do gatilho para a infusão dos componentes sanguíneos

Consciously transfusion of blood products. Systematic review of indicative factors for blood components infusion's trigger

Ricardo Bittencourt; José Costa; José Eduardo de Oliveira Lobo; Fábio Costa Aguiar

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Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Com o avanço da tecnologia cirúrgica e anestésica, expandem-se as indicações de intervenção, assim como, em muitos casos, a necessidade de transfusão de hemoderivados. Com grande valor científico, o tema a ser exposto é alvo de infindáveis discussões que fornecem diferentes diretrizes nos diversos aspectos clínicos e laboratoriais. O objetivo dessa revisão é determinar os sinais clínicos, laboratoriais e de monitoração que devem guiar o início da hemotransfusão, evitando-se qualquer risco e o uso desnecessário de recursos, além da demora no início da terapia, determinando hipóxia tecidual e suas consequências. CONTEÚDO: Foram utilizados artigos científicos de ensaios clínicos e revisões sobre vários assuntos abordados no presente conteúdo. Estes foram divididos em orientações segundo aspectos clínicos e laboratoriais. Após a aplicação da estratégia de busca acima relatada, foram identificados 2.608 artigos científicos do gênero, porém somente 17 referências originais foram selecionadas pelos critérios de inclusão. CONCLUSÕES: A literatura é incerta sobre os critérios clínicos que devem guiar o ponto ideal de início da terapia transfusional, de maneira a se otimizar as relações risco/custo/benefício. Estudos revelam que não existe diferença significativa da oferta de oxigênio (O2) quando se comparam níveis de hemoglobina (Hb) entre 6 e 10 g.dL-1, principalmente pela redução da viscosidade sanguínea, facilitando o fluxo vascular aos tecidos. Existe, no entanto, uma tendência de se recomendar o gatilho da transfusão (GT) sempre que ela atinja valores tão baixos quanto 6-7 g.dL-1. Essa mesma tendência indica que hemácias nunca devem ser administradas com Hb em níveis maiores do que 10 g.dL-1, exceto em situações especiais.

Palavras-chave

complicações, anemia, hipóxia celular, sangue, transfusão

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: With the surgical and anesthetic technology advance the indications for intervention are expanding, as well as the need for blood transfusions. Because of its great scientific value, the content to be exposed is subject for endless discussions that provide different guidelines in various clinical and laboratory aspects. The objective of this review is to determine the clinical, laboratorial, and monitoring signs that should guide blood transfusion initiation, avoiding any risk and unnecessary use of resources, as well as the delay on starting therapy, determining tissue hypoxia and its corollaries. CONTENT: Scientific articles of clinical trials and reviews were used to range various subjects approached in the present content. These subjects were divided according to clinical and laboratorial aspects. Once the described search finished, 2,608 papers were identified, but only 17 original references were selected by inclusion criteria. CONCLUSIONS: Literature is unclear about clinical criteria on the ideal moment to begin the transfusion therapy in order to optimize the relations risk/ and cost/benefit. Studies show that there is no significant difference of oxygen supply (O2) in a comparison of hemoglobin (Hb) levels between 6 and 10 g.dL-1, mainly by reduced blood viscosity, facilitating the vascular flow to tissues. However, there is a tendency to recommend the transfusion trigger (TT) when it reaches low values as 6-7 g.dL-1. This same tendency indicates that red blood cells should never be administered with Hb levels > 10 g.dL-1, except in special situations.

Keywords

anemia, bloodtransfusion, cell hypoxia

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