Brazilian Journal of Anesthesiology
https://app.periodikos.com.br/journal/rba/article/doi/10.1590/S0034-70942010000500012
Brazilian Journal of Anesthesiology
Clinical Information

Anestesia para peritonectomia com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica transoperatória: relato de caso

Anesthesia for peritonectomy with hyperthermic intraoperative peritoneal chemotherapy: case report

Giorgio Pretto; Muriel Grando; Norberto Chella Junior; Ricardo Augusto Bergold; Renato Almeida Couto de Castro; Aline Santiago

Downloads: 3
Views: 1437

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O pseudomixoma peritoneal é uma condição rara, relacionada com neoplasias epiteliais de apêndice e ovário. O tratamento de escolha é a citorredução cirúrgica, peritonectomia e quimioterapia intra-abdominal hipertérmica transoperatória (QIAHT). Cabe ao anestesiologista a manutenção de normovolemia, normotermia, manejo da dor pós-operatória e do estado de coagulação. O objetivo foi descrever um caso de peritonectomia com QIAHT. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 37 anos, ASA I, apendicectomia há 3 meses, com laudo anatomopatológico de cistoadenoma mucinoso. Após revisão da peça, evidenciou-se pseudomixoma peritoneal, com indicação de peritonectomia com QIAHT. Instalou-se cateter peridural (T11-T12), dose-teste e morfina. Procedeu-se à indução anestésica com remifentanil 0,4 µg.kg-1.min-1, propofol e rocurônio, além de intubação orotraqueal em sequência rápida. A manutenção foi realizada com remifentanil, sevoflurano e rocurônio, conforme o TOF. Ropivacaína 50 mg e fentanil 100 µg em 10 mL foram administrados via cateter peridural 10 minutos antes da incisão. Durante toda a cirurgia, PVC, SpO2, FeCO2, temperatura, frequência cardíaca, PAM e diurese mantiveram-se em valores estáveis dentro da normalidade, inclusive no período da QIAHT. Redução no hematócrito e SvO2, alargamento do TAP e plaquetopenia foram corrigidos com a administração de hemocomponentes. Após 13 horas de cirurgia, a paciente foi admitida na UTI em ventilação controlada. Foi extubada no 1º dia de pós-operatório, recebendo alta hospitalar no 17º dia de internamento. CONCLUSÕES: A citorredução cirúrgica e a peritonectomia com QIAHT surgiram na década de 1990, com diversos estudos revelando aumento significativo da sobrevida. Pela complexidade do procedimento e grande porte cirúrgico, é fundamental a vigilância do anestesiologista para a manutenção dos parâmetros clínicos, laboratoriais, reconhecimento e tratamento de qualquer alteração

Palavras-chave

ANESTESIA, Geral, Epidural, Hipovolemia, Pseudomixoma Peritoneal, QUÍMICA, Quimioterapia

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Pseudomyxoma peritonei is a rare condition related to epithelial neoplasia of the appendix and ovaries. Surgical cytoreduction, peritonectomy, and hyperthermic intraoperative peritoneal chemotherapy (HIPEC) is the treatment of choice. Maintenance of normovolemia, normothermia, postoperative pain management and coagulation status are all responsibility of the anesthesiologist. The objective of this report was to describe a case of peritonectomy with HIPEC. CASE REPORT: This is a 37 year-old female, ASA I, with a history of appendectomy 3 months ago with an anatomopathological report of mucinous cystoadenoma. After review of the pathological sample, a pseudomyxoma peritonei was diagnosed with indication of peritonectomy with HIPEC. An epidural catheter (T11-T12) was placed and a test-dose, as well as morphine, was administered. Anesthesia was induced with remifentanil, 0.4 µg.kg-1.min-1, propofol, and rocuronium, besides rapid-sequence orotracheal intubation. Remifentanil, sevoflurane, and rocuronium were used for anesthesia maintenance according to the TOF. Ropivacaine 50 mg, and fentanyl 10 µg. in 10 mL were administered through the epidural catheter 10 minutes before incision. During the surgery, CVP, SpO2, FeCO2, temperature, heart rate, MAP, and urine output maintained stable levels within normal limits, including during HIPEC. Reduction of the hematocrit and SvO2, increased PT, and thrombocytopenia were corrected by administering blood products. After 13 hours of surgery, the patient was admitted to the ICU under controlled ventilation. She was extubated on the 1st postoperative day, being discharged from the hospital on the 17th day of hospitalization. CONCLUSIONS: Surgical cytoreduction and peritonectomy with HIPEC goes back to the decade of 1990 with several studies showing a significant increase in survival. Due to the complexity of the procedure and large surgery the vigilance of the anesthesiologist is fundamental for maintenance of clinical and laboratorial parameters, and recognition and treatment of any changes

Keywords

ANESTHESIA, General, Epidural, CHEMISTRY, Chemotherapy, Hypovolemia, Pseudomyxoma Peritonei

References

Lopes A, Ferreira FO, Barreto ES. Cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no tratamento da disseminação peritoneal das neoplasias: quando, como e porquê?. Prat Hosp. 2004;30:62-70.

Kanakoudis F, Petrou A, Michaloudis D. Anaesthesia for intra-peritoneal perfusion of hyperthermic chemotherapy: Haemodynamic changes, oxygen consumption and delivery. Anaesthesia. 1996;51:1033-1036.

Schmidt C, Creutzenberg M, Piso P. Peri-operative anaesthetic management of cytoreductive surgery with hyperthermic intraperitoneal chemotherapy. Anaesthesia. 2008;63:389-395.

Sugarbaker PH, Alderman R, Edwards G. Prospective morbidity and mortality assessment of cytoreductive surgery plus perioperative intraperitoneal chemotherapy to treat peritoneal dissemination of appendiceal mucinous malignancy. annals of surgical oncology. 2006;13:635-644.

Cioppa T, Vaira M, Bing C. Cytoreduction and hyperthermic intraperitoneal chemotherapy in the treatment of peritoneal carcinomatosis from pseudomixoma peritonei. World Gastroenterol. 2008;14:6817-6823.

5dceae060e88253b6bbf58f2 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections