Brazilian Journal of Anesthesiology
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Edema pulmonar por pressão negativa após hipofisectomia transesfenoidal: relato de caso

Negative-pressure pulmonary edema after transsphenoidal hypophysectomy: case report

Viviane Ferreira Albergaria; Carla Márcia Soares; Rodolfo de Moraes Araújo; Washington Luiz de Mendonça

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Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O edema pulmonar por pressão negativa (EPPN) é uma complicação incomum que evolui rapidamente após quadro agudo ou crônico de obstrução de vias aéreas. O objetivo deste relato foi apresentar um caso de EPPN após obstrução de vias aéreas superiores em paciente com acromegalia que foi submetido à hipofisectomia transesfenoidal. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 48 anos, 80 kg, estado físico ASA III, portador de tumor de hipófise, hipertensão arterial e acromegalia, foi submetido à hipofisectomia transesfenoidal sob anestesia geral balanceada. O procedimento cirúrgico evoluiu sem intercorrências. A extubação traqueal foi realizada com o paciente em plano anestésico superficial. Evoluiu com esforço ventilatório, retração da parede abdominal, hipoxemia grave (SpO2 30%), inconsciência e disritmia cardíaca (extra-sístole ventricular e bradicardia). A ventilação com pressão positiva sob máscara facial e cânula orofaríngea foi ineficaz. O paciente foi intubado e, nesse momento, havia estertores pulmonares bilaterais com a presença de secreção rósea aerada dentro da cânula traqueal compatível com quadro de EPPN. O paciente foi encaminhado ao CTI, onde permaneceu sob ventilação mecânica por 96 horas. Recebeu alta para a enfermaria no quinto dia pós-operatório sem seqüela neurológica. CONCLUSÃO: O EPPN pode ocorrer no período pós-anestésico imediato de hipofisectomia transesfenoidal. O diagnóstico e tratamento rápidos são essenciais para uma resolução precoce e diminuição da morbidade.

Palavras-chave

ANESTESIA, CIRURGIA, CIRURGIA, COMPLICAÇÕES, DOENÇAS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Negative-pressure pulmonary edema (NPPE) is a rare complication that evolves rapidly after acute or chronic obstruction of the airways. The objective of this report was to present a case of NPPE after upper airways obstruction in a patient with acromegaly who underwent transsphenoidal hypophysectomy. CASE REPORT: A 48 years old male patient, weighing 80 kg, physical status ASA III, with a tumor in the hypophysis, hypertension, and acromegaly, underwent transsphenoidal hypophysectomy under general balanced anesthesia. The surgery proceeded without intercurrences. The patient was extubated while in a superficial anesthetic plane. He developed difficulty breathing, retraction of the abdominal wall, severe hypoxemia (SpO2 30%), unconsciousness, and cardiac arrhythmia (PVCs and bradycardia). Positive-pressure ventilation with a face mask and oropharyngeal cannula was ineffective. The patient was intubated and, at this moment, there were bilateral pulmonary rales and frothy pinkish secretion inside the tracheal tube, compatible with NPPE. The patient was transferred to the ICU and remained on mechanical ventilation for 96 hours. He was discharged to the regular ward on the 5th postoperative day without neurological sequelae. CONCLUSION: Negative-pressure pulmonary edema may occur in the immediate postoperative period of transsphenoidal hypophysectomy. Immediate diagnosis and treatment are essential for early resolution of the process and to decrease morbidity.

Keywords

ANESTHESIA, COMPLICATIONS, DISEASES, SURGERY, SURGERY

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