Brazilian Journal of Anesthesiology
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Anestesia para ressecção transuretral de próstata: comparação entre dois períodos em hospital universitário

Anesthesia for transurethral resection of the prostate: comparison between two periods in a university hospital

Liana Maria Torres de Araújo; Jyrson Guilherme Klamt; Luís Vicente Garcia

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Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A anestesia para Ressecção Transuretral de Próstata (RTU) é objeto, há anos, de diversos estudos devido às singularidades do procedimento cirúrgico. Este estudo teve a finalidade de comparar as técnicas anestésicas utilizadas e as possíveis intercorrências peri-operatórias em dois períodos de tempo distintos, com intervalo de 10 anos, visando detectar evolução da técnica anestésica e redução da morbimortalidade neste tipo de procedimento. MÉTODO: De modo retrospectivo, foram avaliados os prontuários de todos os pacientes submetidos à RTU de próstata no HC-FMRP-USP em dois períodos distintos, de quatro anos: GI - ressecções transuretrais de próstata (RTU) realizadas entre os anos de 1989 a 1992; GII - ressecções transuretrais de próstata (RTU) realizadas entre os anos de 1999 a 2002. Foram excluídos os pacientes portadores de neoplasias malignas de próstata ou bexiga. Foram analisados os prontuários de 300 pacientes, sendo 120 no GI e 180 no GII. RESULTADOS: Observou-se que a anestesia regional predominou em ambos os grupos, sendo a raquianestesia a mais freqüentemente utilizada. A duração média do procedimento foi maior no grupo II e a incidência de eventos adversos no período intra-operatório, como hipotensão, disritmias cardíacas e hipotermia, não divergiu significativamente entre os grupos. Entretanto, observou-se maior número de pacientes do grupo I com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio nas primeiras 24 horas do período pós-operatório, provavelmente atribuídos à escassez de exames complementares e de avaliação cardiológica prévia nos pacientes submetidos à cirurgia naquele período. O tempo de permanência dos pacientes na sala de recuperação pós-anestésica foi semelhante nos dois grupos, mas a incidência de complicações foi maior no grupo I. O número de transfusões sangüíneas e a mortalidade peri-operatória não diferiram nos dois grupos. CONCLUSÕES: Embora, após este intervalo de 10 anos, tenha havido melhora em relação ao instrumental cirúrgico, à monitorização anestésica e à técnica anestésica (novas drogas e equipamentos), não se pôde observar redução no número de complicações (intra ou pós-operatórias), transfusões sangüíneas ou mortalidade nas primeiras 24 horas após a cirurgia.

Palavras-chave

CIRURGIA, RTUP, COMPLICAÇÕES, COMPLICAÇÕES, COMPLICAÇÕES

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Anesthesia for transurethral resection of the prostate (TURP) has been studied for years due to the uniqueness of the surgical procedure. This study aimed at comparing TURP anesthetic techniques and possible surgical complications in two different time periods with a ten-year interval, to detect evolution of those techniques and decrease in morbidity-mortality rates. METHODS: Medical records of all patients submitted to TURP in HC-FMRP-USP in two different 4-year periods were retrospectively evaluated: GI - surgical procedures (TURP) performed between 1989 and 1992; GII - surgical procedures (TURP) performed between 1999 and 2002. Malignant prostate and bladder neoplasias were excluded. A total of 300 medical records were included: 120 in GI and 180 in GII. RESULTS: Regional anesthesia was predominant in both groups and spinal anesthesia was more frequently used. Mean procedure length was higher in GII and the incidence of intraoperative adverse events such as hypotension, arrhythmias and hypothermia was not statistically different between groups. In the first 24 postoperative hours however, more GI patients had acute myocardial infarction, probably due to lack of preoperative exams and cardiologic evaluation of patients submitted to surgery during this period. Length of stay in post-anesthetic care unit was similar between groups, but complications were more frequent in GI. Blood transfusions and perioperative mortality were not different between groups. CONCLUSIONS: Although there was improvement in anesthetic techniques (new drugs and equipment) and in surgical apparatus after this 10-year interval, decrease in blood transfusions, surgical complications (intra or postoperative) or mortality rates could not be observed in the first 24 postoperative hours.

Keywords

COMPLICATIONS, COMPLICATIONS, COMPLICATIONS, SURGERY, TURP

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