Brazilian Journal of Anesthesiology
https://app.periodikos.com.br/journal/rba/article/doi/10.1590/S0034-70942004000100003
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Expansão volêmica em raquianestesia para cesariana. Como realizá-la?

Fluid preload in obstetric patients. How to do it?

Mônica Maria Siaulys Capel Cardoso; Márcio Martines Santos; Eduardo Tsuyoshi Yamaguchi; Jacqueline Toshiko Hirahara; Antonio Rahme Amaro

Downloads: 0
Views: 1077

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Em pacientes não obstétricas, demonstrou-se que a expansão volêmica rápida realizada imediatamente após a injeção subaracnóidea do anestésico local era mais efetiva que a expansão volêmica lenta, realizada previamente à instalação do bloqueio para se reduzir a incidência e a gravidade da hipotensão arterial após raquianestesia. O objetivo do estudo foi comparar a incidência de hipotensão arterial e o consumo de vasopressores em gestantes submetidas à cesariana sob raquianestesia com diferentes regimes de expansão volêmica. MÉTODO: Foram avaliadas prospectivamente 60 gestantes de termo submetidas à cesariana sob raquianestesia. As pacientes receberam expansão volêmica com 10 ml.kg-1 de solução de Ringer com lactato como segue: Grupo 1 (n = 20), antes da raquianestesia através de cateter 18G; Grupo 2 (n = 20), após a raquianestesia e com cateter 18G e Grupo 3 (n = 20) após a raquianestesia com cateter 16G sob ação de pressurizador. A pressão arterial (PA) foi monitorizada a cada minuto e administrou-se 0,2 mg de metaraminol para qualquer diminuição de PA, a partir do valor de controle e 0,4 mg para diminuição > 20%. A PA controle foi definida como a média de três valores sucessivos de pressão arterial sistólica obtidos antes da expansão volêmica e do bloqueio. Estudou-se a velocidade de infusão de fluidos, incidência de hipotensão arterial materna, náusea e vômito, consumo de metaraminol, índice de Apgar e pH da artéria umbilical. RESULTADOS: A velocidade de administração de fluidos foi maior no Grupo 3 do que nos Grupos 1 e 2 (201 ± 61 vs 56 ± 13 e 59 ± 21 ml.min-1, p < 0,05). Os grupos foram semelhantes em relação à incidência de hipotensão arterial, náusea, vômito, consumo de metaraminol, índice de Apgar e pH da artéria umbilical. CONCLUSÕES: A expansão volêmica, realizada antes ou após a instalação da raquianestesia, de maneira rápida ou lenta, não modifica o consumo de vasopressor, a ocorrência de hipotensão arterial materna, náusea ou vômitos, e nem o bem estar fetal.

Palavras-chave

CIRURGIA, Obstétrica, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional, VOLEMIA

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: In has been shown in non-obstetric patients, that a fast acute fluid preload immediately after spinal anesthesia was more effective than a slow preload before regional block to decrease the incidence and severity of arterial hypotension after spinal anesthesia. This study aimed at comparing the incidence of arterial hypotension and vasopressants consumption in parturients submitted to C-section under spinal anesthesia with different fluid preload regimens.
METHODS: Sixty term pregnant women submitted to C-section under spinal anesthesia. Patients were randomly distributed in three groups receiving acute preload (10 ml.kg-1 lactated Ringer's) as follows: Group 1 (n = 20), before spinal anesthesia through 18G catheter; Group 2 (n = 20), after spinal anesthesia through 18G catheter and Group 3 (n = 20), after spinal anesthesia through 16G catheter with pressurizer. Blood pressure (BP) was monitored at 1-minute intervals until delivery and 0.2 mg bolus metaraminol was administered for any BP decrease from baseline values; 0.4 mg was administered for BP decrease > 20%. Control blood pressure was defined as the mean of three successive SBP values obtained before acute preload and spinal block. Variables studied were: preload rate, incidence of maternal arterial hypotension, nausea, vomiting, vasopressants consumption, Apgar scores and umbilical artery pH.
RESULTS: Acute preload was faster in Group 3 as compared to Groups 1 and 2 (201 ± 61 vs 56 ± 13 and 59 ± 21 ml.min-1, p < 0.05). Groups were similar regarding the incidence of arterial hypotension, nausea and vomiting, metaraminol consumption, Apgar scores and umbilical artery pH.
CONCLUSIONS: Acute preload before or after spinal anesthesia performance, in a slow or fast rate, does not change vasopressants consumption, the incidence of maternal arterial hypotension, nausea and vomiting, as well as fetal wellbeing.

Keywords

ANESTHETIC TECHNIQUES, Regional: spinal block; SURGERY, Obstetric: Cesarean section; VOLEMY: volemic expansion

Referencias

Rout C, Rocke DA. Spinal hypotension associated with cesarean section: Will preload ever work?. Anesthesiology. 1999;91:1565-1567.

Morgan PJ, Halpern SH, Tarshis J. The effect of an increase of central blood volume before spinal anesthesia for cesarean delivery: a qualitative systematic review. Anesth Analg. 2001;92:997-1005.

Ewaldsson CA, Hahn RG. Volume kinetics of Ringer's solution during induction of spinal and general anaesthesia. Br J Anaesth. 2001;87:406-414.

Rout C, Akkojee S, Rocke D. Rapid administration of crystalloid preload does not decrease the incidence of hypotension after spinal anesthesia for elective caesarean section. Br J Anaesth. 1992;68:394-397.

Hahn RG, Resby M. Volume kinetics of Ringer's solution and dextran 3% during induction of spinal anaesthesia for caesarean section. Can J Anaesth. 1998;45:443-451.

Mojica JL, Melendez HJ, Bantista LE. The timing of intravenous crystalloid administration and incidence of cardiovascular side effects during spinal anesthesia: the results from a randomized controlled trial. Anesth Analg. 2002:432-437.

Carvalho JCA, Mathias RS, Senra WG. Maternal, fetal and neonatal consequences of acute hydration during epidural anesthesia for c-section. Reg Anesth. 1993;18:(2S):19.

Rout CC, Rocke DA, Gows E. Prophylactic ephedrine without fluid loading leads to fetal acidosis following spinal anesthesia for c-section. SOAP. 1992:133.

Amaro AR, Capelli EL, Cardoso MMSC. Deslocamento uterino manual ou cunha de Crawford modificada?: Estudo comparativo em raquianestesia para cesarianas. Rev Bras Anestesiol. 1998;48:99-104.

Lee A, Ngan Kee WD, Gin T. Prophylactic ephedrine prevents hypotension during spinal anesthesia for cesarean delivery but does not improve neonatal outcome: a qualitative systematic review. Can J Anesth. 2002;49:588-599.

Amaro AR, Carvalho JCA, Cardoso MMSC. Repercussões materno-fetais da infusão contínua profilática de metaraminol durante raquianestesia para cesariana. Rev Bras Anestesiol. 1998;48(^s23):CBA66.

5dd7f54b0e8825cd1213f286 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections