Brazilian Journal of Anesthesiology
https://app.periodikos.com.br/journal/rba/article/doi/10.1590/S0034-70942002000400010
Brazilian Journal of Anesthesiology
Clinical Information

Parada cardíaca inesperada durante colecistectomia: relato de caso

Unexpected cardiac arrest during cholecystectomy: case report

Lorena Brito da Justa Croitor; Norma Sueli Pinheiro Módolo; José Reinaldo Cerqueira Braz; Alfredo Cury Rojas

Downloads: 0
Views: 987

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A parada cardíaca per-operatória é um evento grave, e sua incidência em nosso serviço é de 31:10.000 anestesias. O objetivo deste relato é apresentar um caso de parada cardíaca durante anestesia geral em uma paciente submetida a colecistectomia. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 16 anos, 62 kg, estado físico ASA I, submetida à colecistectomia por via aberta. Midazolam (15 mg) por via oral foi a medicação pré-anestésica. Foi realizadas indução anestésica com sufentanil (50 µg), propofol (150 mg) e atracúrio (30 mg). A anestesia foi mantida com isoflurano e N2O. Após trinta minutos de cirurgia ocorreu bradicardia sinusal revertida com atropina (0,5 mg). Vinte minutos depois, ocorreu outra bradicardia com bloqueio átrio-ventricular de 3º grau evoluindo rapidamente para parada cardíaca (PCR) em assistolia, apesar da administração de atropina (1 mg). As manobras de reanimação foram iniciadas imediatamente, juntamente com a administração de adrenalina (1 mg), com retorno dos batimentos cardíacos espontâneos após aproximadamente cinco minutos da PCR. A cirurgia foi concluída e a paciente manteve-se estável hemodinami- camente. A paciente foi extubada duas horas após o término da cirurgia apresentando-se sonolenta, não contactante, com bom padrão ventilatório e hemodinâmico. Após doze horas de observação na unidade de terapia intensiva (UTI) a paciente apresentava-se agitada e desconexa. Vinte e quatro horas após a PCR a paciente recebeu alta da UTI consciente, orientada, sem queixas e sem déficit neurológico. Recebeu alta hospitalar no 4º dia do pós-operatório. CONCLUSÕES: Diversos fatores podem contribuir para a ocorrência de disritmias e parada cardíaca no per-operatório, destacando-se a estimulação vagal secundária às manobras cirúrgicas. O diagnóstico precoce e o rápido início das manobras de reanimação são de fundamental importância para a boa evolução neurológica desses pacientes

Palavras-chave

CIRURGIA, CIRURGIA, COMPLICAÇÕES

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Intraoperative cardiac arrest is a severe event and its incidence in our hospital is 31:10000 anesthesias. This report aimed at presenting a case of cardiac arrest during general anesthesia in a patient submitted to cholecystectomy. CASE REPORT: Female patient, 16 years old, 62 kg, physical status ASA I, submitted to cholecystectomy. Patient was premedicated with 15 mg midazolam. Anesthesia was induced with sufentanil (50 µg), propofol (150 mg) and atracurium (30 mg), and was maintained with isoflurane and nitrous oxide. After thirty minutes of surgery, there was an episode of sinus bradycardia reverted with atropine (0.5 mg). Twenty minutes later, there was another episode of bradycardia with a third-degree atrio-ventricular block, rapidly progressing to cardiac arrest in asystole despite the administration of atropine (1 mg). Resuscitation maneuvers were immediately started, simultaneously with the administration of epinephrine (1 mg) and spontaneous cardiac activity returned in approximately 5 minutes. Surgery was concluded and patient remained hemodyna- mically stable. Patient was extubated two hours after surgery, somnolent, with satisfactory respiratory pattern and hemodynamic stability. After 12 hours of clinical observation at the Intensive Care Unit, patient was agitated and confused. Patient was discharged from the ICU twenty-four hours after cardiac arrest, conscious, oriented, without complaints or neurological deficits. Patient was discharged in the 4th postoperative day. CONCLUSIONS: Many conditions may contribute to perioperative arrhythmias and cardiac arrest, including vagal stimulation secondary to surgical maneuvers. Early diagnosis and immediate resuscitation maneuvers are critical for a good neurological outcome.

Keywords

COMPLICATIONS, SURGERY, SURGERY

References

O’Connor CJ. Intraoperative cardiac arrest. Anesthesiol Clin North Am. 1995;13:905-922.

Braz JCR, Silva ACM, Carlos E. Cardiac arrest during anesthesia at a tertiary teaching Hospital (1988 a 1996). Br J Anesthesiol Int Issue. 2000;50:66-71.

Faberowski LW, Gravenstein D. Intraoperative cardiac arrest in a neurosurgical patient: what are the options?. J Neur Anesthesiol. 2000;12:57-59.

Nascimento Jr P, Castiglia YMM. Disritmias cardíacas per e pós-operatórias em pacientes sem doença cardiovascular. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:350-356.

Morgan CA, Webb RK, Cockings J. Cardiac arrest: an analysis of 2000 incident reports. Anaesth Int Care. 1993;21:626.

Stevens WC, Kingston HGG. Inhalation Anesthesia. Clinical Anesthesia. 1997:359-384.

Morray JP, Geiduschek JM. Anesthesia: related cardiac arrest in children. Anesthesiology. 2000;93:6-14.

Wodey E, Pladys P, Copin C. Comparative hemodynamic depression of sevoflurane versus halothane in infants. Anesthesiology. 1997;87:795-800.

Springman SR, Atlee JL. The etiology of intraoperative arrhythmia’s. Anesthesiol Clin North Am. 1989;7:293-313.

Labrunie GM, Gouveia MA. Disritmias cardíacas, cardioversão e desfibrilação. Rev Bras Anestesiol. 1995;45:47-56.

Bayley PL, Egan TD, Stanley TH. Intravenous Opioid Anaesthetics. Anesthesia. 2000:273-376.

5dd588720e8825e242c8fca6 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections