Brazilian Journal of Anesthesiology
https://app.periodikos.com.br/journal/rba/article/doi/10.1590/S0034-70942002000400003
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Raquianestesia com Bupivacaína a 0,5% Isobárica para cirurgia pediátrica ambulatorial em pacientes com idades de 6 a 12 anos: estudo prospectivo

Isobaric 0.5% bupivacaine for spinal anesthesia in pediatric outpatient surgery of 6 to 12 year old children: a prospective study

Luiz Eduardo Imbelloni; Eneida Maria Vieira; Lúcia Beato; Carlos Zapatta

Downloads: 2
Views: 1061

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Em crianças, a raquianestesia produz profunda analgesia e, quando combinada com anestesia geral, reduz a necessidade dos agentes anestésicos e opióides. O objetivo deste estudo prospectivo foi avaliar as características clínicas da raquianestesia com bupivacaína a 0,5% racêmica em 40 crianças, com idades entre 6 e 12 anos. MÉTODO: Participaram do estudo prospectivo 40 crianças com idades entre 6 e 12 anos, submetidas à raquianestesia com bupivacaína a 0,5% isobárica, na dose de 0,5 mg.kg-1. Foram avaliados os seguintes parâmetros: latência da analgesia, bloqueio motor, duração dos efeitos, dispersão cranial da analgesia, alterações cardiovasculares, cefaléia, sintomas neurológicos transitórios. RESULTADOS: O tempo de latência foi de 2,60 ± 1,28 minutos. A duração da analgesia foi de 4,51 ± 0,89 h. O tempo para a deambulação foi de 4,04 ± 0,83 h. O tempo de permanência na SRPA foi de 44,39 ± 43,13 minutos. A duração do bloqueio motor foi de 2,50 ± 0,83 h. O nível sensitivo do bloqueio variou entre T9 e T4 (Moda=T6). O início do bloqueio motor foi menor que três minutos em todas as crianças. Logo no início da cirurgia, todos os pacientes apresentaram bloqueio motor grau 3 (escala modificada de Bromage). Setenta porcento dos pacientes apresentaram bloqueio motor graus 3 ou 2 no final da cirurgia. Não foi observada dessaturação ou hipotensão arterial. Bradicardia foi observada em dois pacientes. Ocorreu uma falha. Cefaléia e SNT não foram observadas. CONCLUSÕES: Nas condições deste estudo a bupivacaína a 0,5% isobárica produziu anestesia segura em pacientes de 6 a 12 anos em regime ambulatorial, com alto índice de sucesso, bloqueio motor de duração intermediária e baixa incidência de efeitos colaterais. Os resultados mostraram que a raquianestesia é segura e facilmente realizável em crianças de 6 a 12 anos em regime ambulatorial.

Palavras-chave

ANESTESIA, ANESTÉSICOS, ANESTÉSICOS, CIRURGIA, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Spinal anesthesia produces deep intra-operative analgesia in children and, when combined with general anesthesia, decreases perioperative anesthetics and opioids requirements. This prospective study aimed at evaluating clinical characteristics of spinal anesthesia with 0.5% racemic bupivacaine in 40 children, aged 6 to 12 years. METHODS: Participated in this prospective study, 40 patients aged 6 to 12 years submitted to spinal anesthesia with 0.5 mg.kg-1 of 0.5% plain bupivacaine. The following parameters were evaluated: onset of analgesia, motor block, duration of effects, level of cephalad spread, cardiovascular changes, headache and transient neurological symptoms. RESULTS: Onset time was 2.60 ±1.28 min. Analgesia duration was 4.51 ± 0.89 h. Time for ambulation was 4.04 ± 0.83 h. PACU stay was 44.39 ± 43.13 min. Motor block duration was 2.50 ± 0.83 h. Sensory block level varied from T9 to T4 (Mode=T6). Motor block onset was less than three minutes in all children. All of them presented motor block grade 3 (modified Bromage Score) at the beginning of the surgery. Over 70% of all patients recovered to motor block 3 or 2 at surgery completion. No patient showed oxygen desaturation or arterial hypotension. Bradycardia was observed in two patients. There has been one motor block failure. There were no PDPH or transient neurological symptoms. CONCLUSIONS: In our study, 0.5% isobaric bupivacaine induced a safe anesthesia in patients aged 6 to 12 years in outpatient procedures, with a high success rate, short-lived motor block and a low incidence of side effects. Our results have shown that spinal anesthesia is a safe and very easy technique for children between 6 and 12 years of age for outpatient procedures.

Keywords

ANESTHESIA, ANESTHETICS, ANESTHETICS, ANESTHETIC TECHNIQUES, ANESTHETIC TECHNIQUES, SURGERY

References

Bainbridge WS. A report of twelve operations on infants and young children during spinal analgesia. Arch Pediatr. 1901;18:510-520.

Berkowitz S, Greene BA. Spinal anesthesia in children: Report based on 350 patients under 13 years of age. Anesthesiology. 1951;12:376-387.

Gouveia MA. Raquianestesia em pacientes pediátricos: Experiência pessoal em 50 casos. Rev Bras Anestesiol. 1970;20:503-511.

Abajian JC, Mellish RWP, Browne AF. Spinal anesthesia for surgery in the high-risk infant. Anesth Analg. 1984;63:359- 362.

Harnik EV, Hoy GR, Potolicchio S. Spinal anesthesia in premature infants recovering from respiratory distress syndrome. Anesthesiology. 1986;64:95-99.

Veverka TJ, Henry DN, Milroy LN. Spinal anesthesia reduces the hazard of apnea in high-risk infants. Am Surg. 1991;57:531-534.

Kokki H, Hendolin H. No difference between bupivacaína in 0.9% and 8% glucose for spinal anaesthesia in small children. Acta Anaesthesiol Scand. 2000;44:548-551.

Imbelloni LE, Vieira EM, Beato L. Mistura enantiomérica de bupivacaína (S75:R25) isobárica para raquianestesia em crianças de 1 a 5 anos em cirurgia pediátrica ambulatorial. Rev Bras Anestesiol. 2002;52:286-293.

Kokki H, Hendolin H. Comparison of 25G and 29G Quincke spinal needles in paediatric day case surgery: A prospective randomized study of the puncture characteristics, success, rate and postoperative complaints. Paediatr Anaesth. 1996;6:115-119.

Imbelloni LE. Tratado de Anestesia Raquidiana. 2001:8.

Kokki H, Tuovinen K, Hendolin H. Spinal anaesthesia for paediatric day-case surgery: a double-blind randomized parallel group, prospective comparison of isobaric and hyperbaric bupivacaine. Br J Anaesth. 1998;81:502-506.

Horlocker TT, McGregor DB, Matsushinge DK. A retrospective review of 4767 consecutive spinal anesthetics: central nervous system complications. Anesth Analg. 1997;84:578-584.

Mahe V, Ecoffey C. Spinal anesthesia with isobaric bupivacaine in infants. Anesthesiology. 1988;68:601-603.

Imbelloni LE, Beato L. Comparação entre bupivacaína racêmica (S50:R50) e mistura enantiomérica de bupivacaína (S75:R25), ambas isobáricas, a 0,5% em raquianestesia: Estudo em cirurgias ortopédicas. Rev Bras Anestesiol. 2001;51:369-376.

Oberlander TF, Berde CB, Lam KH. Infants tolerate spinal anaesthesia with minimal overall autonomic changes: analysis of heart rate variability in former premature infants undergoing hernia repair. Anesth Analg. 1995;80:20-27.

Dohi S, Naito H, Takahashi T. Age-related changes in blood pressure and duration of motor block in spinal anesthesia. Anesthesiology. 1979;50:319-323.

Imbelloni LE, Sobral MGC, Carneiro ANG. Cefaléia pós- raquianestesia e o desenho das agulhas: Experiência com 5050 casos. Rev Bras Anestesiol. 2001;51:43-52.

Karlsson E, Larsson LE, Nilsson K. Postanaesthetic nausea in children. Acta Anaesthesiol Scand. 1990;34:515-518.

Kokki H, Ahonen R. Pain and activity disturbance after paediatric day case adenoidectomy. Paediatr Anaesth. 1997;7:227- 231.

Kokki H, Heikkinen M, Ahonen R. Recovery after paediatric daycase herniotomy performed under spinal anaesthesia. Paediatr Anaesth. 2000;10:413-417.

5dd587920e88251a40c8fca7 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections