Brazilian Journal of Anesthesiology
https://app.periodikos.com.br/journal/rba/article/doi/10.1590/S0034-70942002000300002
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Método simplificado para manutenção da concentração sangüínea de propofol em nível aproximadamente constante, associado ao óxido nitroso no paciente pediátrico

Simplified method to maintain propofol blood concentration in an approximately constant level associated to nitrous oxide in pediatric patients

Pedro Thadeu Galvão Vianna; Elizabeth Pricoli Vilela; Francisco Carlos Obata Cordon; Lídia Raquel de Carvalho

Downloads: 0
Views: 1002

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A manutenção de concentração sangüínea alvo-controlada em níveis aproximadamente constantes do propofol é uma técnica que pode ser empregada de modo simplificado na sala de cirurgia. A finalidade desta pesquisa é comparar clínica e laboratorialmente a infusão de propofol em crianças usando os atributos farmacocinéticos de Short e de Marsh. MÉTODO: Foram estudados 41 pacientes com a idade de 4 a 12 anos, de ambos os sexos, estado físico ASA I ou II, distribuídos em dois grupos S (20 pacientes) e M (21 pacientes). No Grupo S utilizaram-se os atributos farmacocinéticos de Short, e no Grupo M, os atributos farmacocinéticos de Marsh. A indução anestésica foi feita com bolus de alfentanil 30 µg.kg-1, propofol 3 mg.kg-1 e pancurônio, 0,08 mg.kg-1 por via venosa. Procedeu-se a intubação traqueal e a manutenção com N2O/O2 (60%) em ventilação controlada mecânica. No grupo S a infusão de propofol foi de 254 (30 min) seguido de 216 µg.kg-1.min-1 por mais 30 min. No grupo M a infusão de propofol foi de 208 (30 min) seguido de 170 µg.kg-1.min-1 por mais 30 min. Através do atributo farmacocinético específico a cada grupo a meta foi a obtenção da concentração-alvo de 4 µg.kg-1 de propofol. Foram colhidas três amostras sangüíneas (aos 20, 40 e 60 minutos) para a dosagem do propofol pelo método da Cromatografia Líquida de Alta Performance. RESULTADOS: Os Grupos S e M foram considerados similares quanto à idade, altura, peso e sexo (p > 0,05). Não houve diferença estatística significativa entre os dois grupos estudados para os parâmetros: PAS, PAD, FC, FiN2O, SpO2 da hemoglobina e P ET CO2 no final da expiração. A comparação entre grupos no número de bolus repetidos de alfentanil não foi estatisticamente significativa. O índice bispectral (BIS) não apresentou diferença estatisticamente significativa entre M0 (vigília) e os demais momentos em ambos os grupos. Os valores Medianos da Performance do Erro (MPE) e os valores Medianos Absolutos da Performance do Erro (MAPE) mostraram diferenças estatísticas significativas entre os grupos no momento 60. Valores medianos da concentração sangüínea de propofol (µg.kg-1) mostraram diferenças estatísticas significativas entre M e S no momento 60 e entre os momentos 40 e 60 no grupo S. CONCLUSÕES: A anestesia com propofol usando os atributos farmacocinéticos de Marsh (Grupo M) apresentou menor erro no cálculo da concentração-alvo de propofol de 4 µg.kg-1. Além disso, utiliza menor quantidade de propofol para obter resultados clínicos semelhantes. Por todas essas qualidades deve ser a preferida para uso em crianças ASA I e com idades entre 4 e 12 anos.

Palavras-chave

ANESTÉSICOS, HIPNÓTICOS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Maintaining target-controlled propofol blood concentrations in approximately constant levels is a technique that can be used in a simple way in the operating room. The aim of this study was to compare in clinical and laboratorial terms propofol infusion in children, using Short’s and Marsh’s pharmacokinetic parameters. METHODS: Forty-one patients of both genders, aged 4 to 12 years, physical status ASAI or ASAII were distributed in two groups: Group S (n = 20) and Group M (n = 21). Short’s pharmacokinetic parameters were applied to group S, while Marsh’s pharmacokinetic parameters were applied to group M. Intravenous anesthesia was induced with 30 µg.kg-1 bolus alfentanil, 3 mg.kg-1 propofol and 0.08 mg.kg-1 pancuronium. Patients were intubated and anesthesia was maintained with N2O/O2 (60%) in controlled mechanical ventilation. Propofol infusion in group S was 254 µg.kg-1 (30 min) followed by 216 µg.kg-1.min-1 for additional 30 minutes. Propofol infusion in group M was 208 µg.kg-1 (30 min.) followed by 170 µg.kg-1.min-1 for additional 30 minutes. Using specific pharmacokinetic parameters for each group, the goal was a target-concentration of 4 µg.kg-1 propofol. Three blood samples were collected (at 20, 40 and 60 minutes) to measure propofol by the High Performance Liquid Chromatography method. RESULTS: Groups S and M were similar in age, height, weight and gender (p > 0.05). There were no statistically significant differences between groups in SBP, DBP, HR, FiN2O, hemoglobin SpO2 and end tidal P ET CO2. The number of repeated alfentanil boluses showed no statistically significant difference between both groups. Bispectral index (BIS) showed also no statistically significant differences between M0 (awaken) and remaining moments in both groups. Error Performance Median (EPM) and Error Performance Absolute Median (EPAM) values were statistically different between groups in moment 60. Median propofol blood concentrations (µg.kg-1) were significantly different between groups M and S in moment 60 and between moments 40 and 60 in group S. CONCLUSIONS: Anesthesia with propofol using Marsh’s pharmacokinetic parameters (group M) showed a lower error rate for obtaining 4 µg.kg-1 propofol target-concentration. In addition, less propofol was needed to obtain similar clinical results. For these reasons, it should be the method of choice for children ASA I aged 4 to 12 years.

Keywords

ANESTHETICS, ANESTHETIC TECHNIQUES, HYPNOTICS

References

Kruger-Thiemer E. Continuous intravenous infusion and multicompartiment accumulation. Eur J Pharmacol. 1968;4:317-324.

Hull CJ. Pharmacokinetics for Anesthesia. 1991:124-126.

Shafer A, Doze VA, Shafer SL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of propofol infusions during general anesthesia. Anesthesiology. 1988;69:348-356.

Glass PSA, Shafer SL, Reves JG. Intravenous Drug Delivery Systems. Anesthesia. 2000:377-411.

Shafer SL, Toward S. Optimal intravenous dosing strategies. Semin Anesth. 1993;12:222-234.

Jacobs JR, Reves JG, Glass PSA. Rationale and technique for continuous infusions in anesthesia. Int Anesthesiol Clin. 1991;29:23-38.

Reves JG, Jacobs J, Glass PSA. Automated drug delivery in anesthesia. Semin Anesth. 1991;12:127-137.

Browne BL, Prys-Robert C, Wolf AR. Propofol and alfentanil in children: infusion technique and dose requirement for total I.V. anaesthesia. Br J Anaesth. 1992;69:570-576.

Bailey JM. A technique for approximately maintaining constant plasma levels of intravenous drugs. Anesthesiology. 1993;78:116-123.

Vianna PTG, Fernandes Filho GEF. O microcomputador como coadjuvante da anestesia intravenosa contínua. Rev Bras Anestesiol. 1993;43(^sSup17):CBA59.

Vianna PTG, GEF Fernandes Filho, EM Ganem. Método simplificado para manutenção constante da concentração plasmática de propofol em nível aproximadamente constante em pacientes pediátricos. Rev Bras Anestesiol. 1995:CBA72.

Vianna PTG, Fernandes Filho GEF, Gusman P. Método simplificado para manutenção da concentração plasmática de sufentanil em nível aproximadamente constante. Rev Bras Anestesiol. 1996;46:249-258.

Marsh B, White M, Morthon N. Pharmacokinetic model driven infusion of propofol in children. Br J Anaesth. 1991;67:41-48.

Short TG, Aun CST, Tan P. A prospective evaluation of pharmacokinetic model controlled infusion of propofol in paediatric patients. Br J Anaesth. 1994;72:302-306.

Vianna PTG, Vane LA. Anestesia venosa total contínua: método simplificado de quantificação de doses. Rev Bras Anestesiol. 1990;40:343-345.

Rampil IJ. A primer for EEG signal processing in anesthesia. Anesthesiology. 1998;89:980-1002.

Plummer G. Improved method for the determination of propofol in blood by high performance liquid chromatography with fluorescence detection. J Chromatogr. 1987;421:171-176.

Morrison DF. Multivariate Statistical Methods. 1990:1-495.

Fisher LDV, Belle G. Biostatistics: A Methodology for the Health Sciences. 1993:1-991.

Smith I, White PF, Nathanson M. Propofol: an update on its clinical. Anesthesiology. 1994;81:1005-1043.

Jones RDM, Chan K, Andrew LJ. Pharmacokinetics of propofol in children. Br J Anaesth. 1990;65:661-667.

Kataria , Ved SA, Nicodemus HF. The pharmakinetics of propofol in children using three different data analysis approaches. Anesthesiology. 1994;80:104-122.

Maitre PO, Shafer SL. simple pocket calculator approach to predict anesthetic drug concentration from pharmacokinetic data. Anesthesiology. 1990;73:332-336.

Thompson IA, Fitch W, Hughes RL. Effects of certain intravenous anaesthetic on liver blood flow and hepatic oxygen consumption in the greyhound. Br J Anaesth. 1986;58:69-80.

Watcha MF, Galinkin J, Fazi LM. - Bispectral index (BIS) EEG monitoring in children. Anesthesiology. 1999;91:A1264.

Ganem EM, Módolo NSP, Vianna PTG. Titulação do sevoflurano utilizando o índice bispectral em anestesia pediátrica: Influência da medicação pré-anestésica no tempo de despertar e no consumo de anestésico inalatório. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:197-201.

Bannister CF, Brosius KK, Sigl JC. Effect of bispectral index monitoring on anesthetic use and recovery in children anesthetized with sevoflurane in nitrous oxide. Anesth Analg. 2001;92:877-881.

5dd58d200e88252953c8fca9 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections