Brazilian Journal of Anesthesiology
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Miscellaneous

Betanecol no tratamento da retenção urinária provocada pela morfina subaracnóidea

Betanecol in the treatment of spinal morphine-induced urinary retention

Clóvis José da Silva Borges; Sávio José Romuando de Araújo

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Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A morfina tem sido utilizada nos bloqueios subaracnóideos para analgesia pós-operatória graças ao seu potencial analgésico prolongado e intenso. Porém, seus efeitos colaterais muitas vezes restringem seu uso. A retenção urinária é um deles. O objetivo deste estudo foi avaliar o emprego do betanecol para tratamento da retenção urinária causada pela morfina subaracnóidea, evitando assim a cateterização vesical do paciente. MÉTODO: De quarenta e sete pacientes que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos com técnica anestésica de bloqueios subaracnóideos nas clínicas cirúrgicas e obstétricas com administração de morfina na dose de 0,1 mg, 26 pacientes apresentaram retenção urinária (55,3%). Quando o tratamento clássico (estimulação miccional e compressas locais) não evoluiu com sucesso, foram utilizadas doses fracionadas de 12,5 mg de betanecol, por via oral a cada hora, totalizando 50 mg em 4 horas. Após esse período sem resposta adequada ou se o paciente apresentasse incômodo vesical intenso antes de completar a última dose da medicação, seria feita cateterização vesical ou o uso de naloxona, classificando o método como ineficaz nesses casos. RESULTADOS: Nos pacientes que apresentaram retenção urinária, o tratamento conservador não obteve sucesso. Porém administrando-se betanecol de acordo com a padronização das doses nesse estudo, o mesmo foi eficaz em 14 pacientes (53,8%). CONCLUSÕES: O betanecol pode ser um bom coadjuvante no tratamento da retenção urinária provocada pela morfina subaracnóidea.

Palavras-chave

ANALGÉSICOS, Opióides, COMPLICAÇÕES, DROGAS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Morphine has been used in spinal blocks for postoperative analgesia due to its prolonged and intense analgesic potential. Even so, its side effects very often limit its use. Urinary retention is one of them. METHODS: Of forty-seven patients submitted to surgical and obstetric procedures under spinal block with 0.1 mg morphine, 26 patients developed urinary retention (55.3%). When the classic treatment (micturition stimulation and local compresses) failed, fractionated doses of oral 12.5 mg betanecol were used at every hour, totaling 50 mg in 4 hours. After that period without appropriate response or if the patient presented intense vesical discomfort before the last dose, vesical catheterization would be performed or naloxone would be administered and the method was considered ineffective for those cases. RESULTS: The conservative treatment failed in patients with urinary retention. However, betanecol in the doses standardized in our study, was effective in 14 patient (53.8%). CONCLUSIONS: Betanecol can be a good coadjuvant for treating spinal morphine-induced urinary retention.

Keywords

ANALGESICS, Opioids, ANESTHETIC TECHNIQUES, Regional, COMPLICATIONS, DRUGS

References

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