Pará Research Medical Journal
https://app.periodikos.com.br/journal/prmjournal/article/doi/10.4322/prmj.2019.032
Pará Research Medical Journal
Artigo de Pesquisa Saúde Coletivo

Uma série histórica da incidência de Sífilis na gestante no Pará entre os períodos de 2013 a 2018

A historical series of the incidence of Syphilis in pregnant in Pará between 2013 to 2018

Jéssica Patrícia Gonçalves Nunes, Vanessa Vilhena Barbosa

Downloads: 5
Views: 793

Resumo

Objetivo: Demonstrar a incidência da sífilis gestacional no período de 2013 a 2018 no Estado do Pará e descrever o perfil epidemiológico das gestantes analisadas. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo do tipo série histórica, utilizando-se o banco de dados SINAN e DCCI. Resultados: Foram notificados 8.775 casos de sífilis gestacional entre 2013 e 2018, com taxa de detecção a cada 1.000 nascidos vivos crescente ao longo desse período. A maioria das mulheres (46,3%) recebeu diagnóstico durante o 3º trimestre de gestação. Quanto à classificação clínica, prevaleceu a sífilis primária com 46,7% dos casos. A faixa etária mais incidente foi a de 20 a 29 anos de idade (52,2%) e as gestantes classificadas como da cor parda foram as mais afetadas (82,9%). A incidência de sífilis gestacional foi maior em mulheres com escolaridade entre 5ª e 8º série do Ensino Fundamental, enquanto gestantes com Ensino Superior Completo e Incompleto apresentaram poucos casos (0,9% e 1,1%, respectivamente). Conclusão: Percebe-se que a Sífilis Gestacional ainda é um problema com incidência alta e crescente no Estado do Pará. Deve-se investir em uma assistência pré-natal de qualidade, com uma busca precoce da gestante, com ações de promoção da saúde, orientação sexual e reprodutiva e realização de exames preconizados pelo Ministério da Saúde.

Palavras-chave

sífilis congênita; cuidado pré-natal; atenção primária à saúde

Abstract

Purpose: Demonstrate the incidence of gestational syphilis in the period from 2013 to 2018 in the State of Pará and to describe the epidemiological profile of the pregnant women analyzed. Methods: This is a descriptive epidemiological study, in the type of historical series, that used the databases SINAN and DCCI. Results: Between 2013 and 2018, 8,775 cases of gestational syphilis were reported and with detection rate for every 1,000 live births increasing over that period. Most women (46.3%) were diagnosed during the 3rd trimester of pregnancy. As for the clinical classification, primary syphilis prevailed with 46.7% of cases. The most incident age group was 20 to 29 years old (52.2%) and pregnant women classified as brown were the most affected (82.9%). The incidence of gestational syphilis was higher in women with schooling between 5th and 8th grade of elementary school, while women with complete and incomplete higher education had fewer cases (0.9% and 1.1%, respectively). Conclusion: It is noticed that gestational syphilis it is still a problem with high and growing incidence in the State of Pará. One should invest in quality prenatal care, with an early search for the pregnant, with health promotion actions, sexual and reproductive guidance and exams recommended by the Ministry of Health.

Keywords

syphilis congenital; prenatal care; primary health care

Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral as Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasília: Ministério da Saúde; 2019a.

2. Araújo CL, Shimizu HE, Sousa AIA, Hamann EM. Incidência da sífilis congênita no Brasil e sua relação com a estratégia saúde da família. Rev Saude Publica. 2012;46(3):479-86. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102012000300010. PMid:22635036.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde; 2019b.

4. Chakraborty R, Luck S. Syphilis is on the increase: The implications for child health. Arch Dis Child. 2008 fev;93(2):105-9. http://dx.doi.org/10.1136/adc.2006.103515. PMid:18208988.

5. Domingues RMSM, Saraceni V, Hartz ZMA, Leal MC. Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. Rev Saude Publica. 2013;47(1):147-57. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102013000100019. PMid:23703141.

6. Pan American Health Organization. Elimination of mother-to-child transmission of HIV and syphilis in the Americas. Update 2016. Washington, DC: PAHO; 2017.

7. Hawkes S, Matin N, Broutet N, Low N. Effectiveness of interventions to improve screening for syphilis in pregnancy: A systematic review and meta-analysis. Lancet Infect Dis. 2011;11(9):684-91. http://dx.doi.org/10.1016/S1473-3099(11)70104-9. PMid:21683653.

8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de condições crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Boletim Epidemiológico Especial - Sífilis. Brasilia: Ministério da Saúde; 2019c.

9. Oliveira BBB, Peixoto AMCL, Cardoso MD. Sífilis em gestantes adolescentes de Pernambuco. Adolesc Saúde. 2019 abr-jun;16(12):45-55.

10. Miranda AE, Rosetti Filho E, Trindade CR, Gouvêa GM, Costa DM, Oliveira TG, et al. Prevalência de sífilis e HIV utilizando testes rápidos em parturientes atendidas nas maternidades públicas de Vitória, Estado do Espírito Santo. Rev Soc Bras Med Trop. 2009 jul-ago;42(4):386-91. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822009000400006. PMid:19802473.

11. Lopes ACMU, Araújo MAL, Vasconcelos LDPG, Uchoa FSV, Rocha HP, Santos JR. Implantação dos testes rápidos para sífilis e HIV na rotina do pré-natal em Fortaleza – Ceará. Rev Bras Enferm. 2016 jan-fev;69(1):62-6. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2016690108i. PMid:26871216.

12. Cardoso ARP, Araújo MAL, Cavalcante MC, Frota MA, Melo SP. Análise dos casos de sífilis gestacional e congênita nos anos de 2008 a 2010 em Fortaleza, Ceará, Brasil. Cien Saude Colet. 2018;23(2):563-74. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018232.01772016. PMid:29412414.

13. Cavalcante MPA, Pereira RBL, Castro JGD. Sífilis gestacional e congênita em Palmas, Tocantins, 2007-2014. Epidemiol Serv Saúde. 2017 abr-jun;26(2):255-64.

14. Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Andrade RFV, Gonçalves MLC. Sífilis em parturientes: aspectos relacionados ao parceiro sexual. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012;34(9):397-402.

15. Padovani C, Oliveira RR, Pelloso SM. Sífilis na gestação: associação das características maternas e perinatais em região do sul do Brasil. Rev Lat Am Enfermagem. 2018;26:e3019.

16. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: MS; 2015.

17. Nonato SM, Melo APS, Guimarães MDC. Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo horizonte-MG, 2010-2013. Epidemiol Serv Saúde. 2015 out-dez;24(4):681-94.

18. Serafim AS, Moretti GP, Serafim GS, Niero CV, Rosa MI, Pires MMS, et al. Incidence of congenital syphilis in the South Region of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2014 abr;47(2):170-8. http://dx.doi.org/10.1590/0037-8682-0045-2014. PMid:24861290.

5eb158030e8825432ed76ee0 prmjournal Articles
Links & Downloads

PRMJ

Share this page
Page Sections