Revista Cientifica Miesperanza
https://app.periodikos.com.br/journal/miesperanza/article/6481050ba953951ebf648a83
Revista Cientifica Miesperanza
Artigo Cientifico

Experiência Clinica Psicanalítica no Plantão Psicológico - Um Lugar de Aprendizado

Dra Hc Sheyla Bandeira Teles Acadêmico de Psicologia, Psicanalista, Doutora Honoris Causa em Psicanalise

Downloads: 6
Views: 554

Resumo

O presente trabalho trata-se de um estudo teórico-clínico destinado a elucidação da literatura sobre responsabilidade psicológica, com base nos pressupostos teóricos da clínica psicanalítica no formato do plantão psicológico.
Em 1896, Sigmund Freud cunhou o termo psicanálise para nomear um método específico de psicoterapia baseada em processos subconsciente (ROUDINESCO; PLON, 1998). Expondo então a verdade um processo inconsciente que produz sintomas. (Rosa, 2004, p. 341). Sabe-se que a psicanálise é um de método tratamento que produz efeito terapêutico (Marcos; Oliveira Jr., 2013). No entanto, O objetivo não é curar, mas pelo menos não corresponde ao tratamento médico clínico, pois "Freud acreditava que a análise é sem fim” (MARCOS; OLIVEIRA JÚNIOR, 2013, pág. 19). Pode-se dizer que é um processo de análise sim. Lacan (1998), propõe a palavra francesa cura, quando considerada sinônimo de tratamento, análise ou terapia.
Quanto ao processo de análise, entende-se que em psicanálise, "falar" corresponde a "escutar". O analisando diz o que está esquecido, e o analista escuta para que o orador também ouça. A escuta do analista pressupõe ação ao invés de simples percepção (CELES, 2005). Sendo assim, o processo psicanalítico consiste em combinação via associação livre, análise e atenção flutuante do analista, que tem como objetivo o desprendimento. Em relação à livre associação, o pedido ao paciente é transmitir tudo o que sabe, sem deixar de revelar algo aparentemente insignificante, vergonhoso ou doloroso (CELES, 2005; Macedo; Falco, 2005).
Aprimorado pelo referencial teórico psicanalítico lacaniano, para Ortolan (2019), o plantão psicológico sendo um atendimento de urgência, visa o acolhimento do sujeito por meio de uma escuta ativa do plantonista, para que o indivíduo atinja a retificação subjetiva. De acordo com Nasio (1999 apud Ortolan, 2019), na fase de retificação subjetiva, o analista identifica qual a relação de sentido que o sujeito dá a seus sofrimentos. Assim, é importante discernir bem o motivo da consulta e como foi a decisão de recorrer a um outro para a resolução de seus problemas. Logo, Daher (2017) diz que, o próprio indivíduo que fala, se escuta e que esta escuta de alguma forma, contribui para que esse sujeito se reposicione ou ressignifique o motivo que o fez procurar o plantão psicológico.

Palavras-chave

Psicologia - Psicanalise - Estagio Supervisionado

Referências

Dra.Hc Sheyla Bandeira Teles

Dra.Hc. Sheyla Bandeira Teles

Acadêmico de Psicologia, Psicanalista, Doutora Honoris Causa em Psicanalise

Docente e Analista Didata do Miesperanza e do Instituto Bittencourt

 

 

 

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, F. (1999). Aconselhamento Psicológico numa Visão Fenomenológico-Existencial: Cuidar de Ser. Em H. T. P. Morato (Org.), Aconselhamento Psicológico Centrado na Pessoa (p. 45-59). São Paulo: Casa do Psicólogo. BEZERRA, E. N. (2014). Plantão psicológico como modalidade de atendimento em psicologia escolar: Limites e possibilidades. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 14(1), 129-143.
BRESCHIGLIARI, J. O. & JAFELICE, G. T. (2015). Plantão Psicológico: Ficções e Reflexões. Psicologia: Ciência e Profissão, 35 (1), 225-237. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703000112014. Acesso em:19/04/2023
CELES, L. A. Psicanálise é trabalho de fazer falar, e fazer ouvir. Psychê: Revista de Psicanálise, São Paulo, v. 9, n. 16, p. 25-48, dez. 2005. Disponível em: Acesso em: 11 abril de 2023. DAHER, A. Plantão psicológico a partir de uma escuta psicanalítica. Artigo. Semina: Ciências Sociais e Humanas. Londrina, Paraná. p.12. 2018. Disponível em https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/32074/23033 Acesso em: 12 de fevereiro de 2023.
DAHER, A. C. B., Ortolan, M. L. M., Sei, M. B., & Victrio, K. C. (2017). Plantão psicológico a partir de uma escuta psicanalítica. Semina: Ciências Sociais e Humanas, 38(2), 147-158. Disponível em: https://doi. org/10.5433/1679-0383.2017v38n2p147. Acesso em 14/03/2023
DUTRA, E. Plantão Psicológico no Pronto-Socorro de um Hospital Geral no RN. Resumo. In: Anais do IX Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico- Anpepp, 2002, Águas de Lindóia-SP, p. 266-267.
FREUD, S. Linhas de progresso na terapia psicanalítica. In: FREUD, S. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago,
14
1996. p. 169-181. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 17).
LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro:JZE, 1998.
LINES DE ALMEIDA, O.; PEREIRA DA SILVA LUZ JÚNIOR, E.; VESPASIANA MAGALHÃES DIAS, A..; FERNANDES PRATES, J.; DAS VIRGENS BOTELHO, J. Psicologia em link: Projeto de escuta psicológica em tempos de pandemia. Revista Extensão & Cidadania, [S. l.], v. 8, n. 14, p. 503-517, 2020. DOI: 10.22481/recuesb. v8i14.7854. Acesso em: 28 abril 2023
MARCOS, Cristina. & OLIVEIRA JÚNIOR, Ednei. O sintoma entre a terapêutica e o incurável uma leitura lacaniana. Rio de aneiro Psicologia clínica, 2013. NASIO, J. D. (1999). Como trabalha uma psicanalista? Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Possibilidade da psicanálise no serviço de plantão psicológico: um lugar de retificação subjetiva. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-157X2019000200010 Acesso em: 19 de abril de 2023 ROCHA, L. Entre passagens: contribuições do Acompanhamento Terapêutico à clínica psicanalítica da adolescência. Tese (Pós-graduação em psicologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul. p.199.2015.Disponível em :https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/141549/000993150.pdf?sequence=1 Acesso em: 12 de fevereiro de 2023. ROSA, M. D. A pesquisa psicanalítica dos fenômenos sociais e políticos: metodologia e fundamentação teórica. Revista Mal Estar e Subjetividade, Fortaleza, v. 4, n. 2, p. 329-348, 2004. Acesso em: 11 de abril 2023.
ROUDINESCO, E.; PLON, M. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1998.
15
ORTOLAN, Maria Lúcia Mantovanelli; SEI, Maíra Bonafé. Avaliação do plantão psicológico de um serviço-escola de Psicologia. Interação em Psicologia, v. 23, n. 02, 2019
ORTOLAN, M. L. M.; SEI, M. B. Tornar-se plantonista e psicanalista: a experiência de uma estudante de psicanálise no plantão psicológico da UEL. Revista da Extensão, Farroupilha, v. 12, p. 36-42, 2016. Disponível em: Acesso em: 14 abril 2023.
XAVIER, M. C., Pereira, A. S., & Soboll, L. A. (2016). O uso da escuta psicanalítica no plantão psicológico: reflexões a partir de um caso clínico. Psicologia Argumento, 34(86), 139-147.

 

 

 

 


Submetido em:
12/04/2023

Revisado em:
02/05/2023

Aceito em:
02/06/2023

Publicado em:
07/06/2023

6481050ba953951ebf648a83 miesperanza Articles
Links & Downloads

Miesperanza Cientifica

Share this page
Page Sections