Magro sedentário ou obeso ativo: qual perfil apresenta maiores risco à saúde? Um estudo de revisão
Guilherme Ferreira Silva, Michel Leonardo Ferreira Lima
Resumo
Evidências cientificas tem demostrado, cada vez mais, que o hábito da prática de exercícios físicos regular é um instrumento na promoção da saúde, inibindo o aparecimento de muitas das alterações orgânicas que se associam ao processo degenerativo, diminuindo indicies de morbidade e mortalidade. A inatividade física e um estilo de vida sedentário estão relacionados a fatores de risco para o desenvolvimento de doenças coronarianas ou outras alterações cardiovasculares e metabólicas. O objetivo geral do presente estudo foi revisar na literatura quais são os prejuízos relacionados à saúde decorrente de um o estilo de vida sedentário ou obeso. Diversas pesquisas evidenciam que a obesidade e o sobrepeso estão diretamente associados aos fatores de risco modificáveis. A diminuição da prática de atividade física é um fator propulsor no desenvolvimento de doenças físicas e metabólicas. Através desta pesquisa foi possível concluir que tanto o obeso ativo, quanto o magro sedentário, ambos estão vulneráveis e poderão adquirir alguma patologia, seja causada pelo excesso de gordura, seja pelos efeitos fisiológicos ocasionados pelo sedentarismo.
Palavras-chave
Referências
Andrade, E. A., Pinto, A. J. S., & Andrade, A. (2008). Life style and humor state of the active and sedentary elderly/Estados de humor e estilo de vida de idosos ativos e sedentarios. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, 2(7), 110-132.
Amer, N. M., Marcon, S. S., & Santana, R. G. (2011). Índice de masa corporal e hipertensión arterial en individuos adultos en el Centro Oeste del Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 96, 47-53.
Anjos, L. A. D. (2006). Obesidade e saúde pública. Editora Fiocruz. Temas em saúde collection, pp. 29-39. ISBN 978-85-7541-344-9.
Bastard, J. P., Maachi, M., Lagathu, C., Kim, M. J., Caron, M., Vidal, H., ... & Feve, B. (2006). Recent advances in the relationship between obesity, inflammation, and insulin resistance. European cytokine network, 17(1), 4-12.
Black, A. E., Prentice, A. M., Goldberg, G. R., Jebb, S. A., Bingham, S. A., Livingstone, M. B. E., & Coward, A. (1993). Measurements of total energy expenditure provide insights into the validity of dietary measurements of energy intake. Journal of the American Dietetic Association, 93(5), 572-579.
BORTZ, Walter. (1982)Disease and aging. The Journal of the American Medical Association, 10 set.
Brasil, Ministério da Saúde. de Orçamentos Familiares, I. P. (2010). Familiares 2008-2009: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE.
Brasil, Ministério da Saúde. Malta, D. C., & Silva Jr, J. B. D. (2014). Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil após três anos de implantação, 2011-2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 23, 389-395.
Bray, G. A. (1992). Drug treatment of obesity. The American Journal of Clinical Nutrition, 55(2), 538S-544S.
Bringmann, Wolfgang. (1985). Sport in der rehabilitation, therapie und prãvention. editora: Barth, Heidelberg. Leipzi, 1 de jan.
Brito, F. S. D., Vilas-Boas, F., Castro, I., Oliveira, J. A. D., Guimarães, J. I., Stein, R., ... & Andrade, M. (2002). II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre teste ergométrico. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 78, 01-17.
Carlucci; E. M. et al., (2014). Obesidade e sedentarismo: fatores de risco para doença cardiovascular. 2014. Tese (Mestrado em Promoção da Saúde. do Centro Universitário Cesumar) - UNICESUMAR, Maringá.
Charansonney, O. L. (2011). Physical activity and aging: a life-long story. Discovery medicine, 12(64), 177-185.
Charansonney, O. L., & Després, J. P. (2010). Disease prevention—should we target obesity or sedentary lifestyle?. Nature Reviews Cardiology, 7(8), 468-472.
Celich, K. L. S., & Spadari, G. (2008). Estilo de vida e saúde: condicionantes de um envelhecimento saudável. Cogitare Enfermagem, 13(2), 252-260.
Costa, F. M. da, Soares, R. A. S., & Machado Filho, R. (2020). Prescrição de exercícios na reabilitação cardíaca: interesse pela atuação e nível de conhecimento de alunos egressos do curso de bacharel em educação física da cidade de São Gonçalo/RJ. Intercontinental Journal on Physical Education ISSN 2675-0333, 2(2), 1-12.
Dufaux, B., Assmann, G., & Hollmann, W. (1982). Plasma lipoproteins and physical activity: a review. International journal of sports medicine, 3(03), 123-136.
Duncan, J. J., Gordon, N. F., & Scott, C. B. (1991). Women walking for health and fitness: how much is enough?. Jama, 266(23), 3295-3299.
Duncan, S. C., Duncan, T. E., & Strycker, L. A. (2005). Sources and types of social support in youth physical activity. Health psychology, 24(1), 3.
Farias Filho, W. A. D., Uchoa, P. E. S., Nascimento Filho, N., Machado, R., & Soares, R. A. S. (2018). OS BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA PARA GESTANTES. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS-CAMPUS NITERÓI, (1).
Farmer, S. (2009). Obesity: Be cool, lose weight. News & Views. abr. 2009., DOI: 10.1038/458839a.v.458, n.16, april. 2009.
Feijão, A. M. M., Gadelha, F. V., Bezerra, A. A., Oliveira, A. M. D., Silva, M. D. S. S., & Lima, J. W. D. O. (2005). Prevalência de excesso de peso e hipertensão arterial, em população urbana de baixa renda. Arquivos brasileiros de cardiologia, 84, 29-33.
Ferreira, M. S., Castiel, L. D., & Cardoso, M. H. C. D. A. (2012). A patologização do sedentarismo. Saúde e Sociedade, 21, 836-847.
Fonseca-Alaniz, M. H., Takada, J., Alonso-Vale, M. I. C., & Lima, F. B. (2007). Adipose tissue as an endocrine organ: from theory to practice. Jornal de pediatria, 83, S192-S203.
Guedes, D. P., & Guedes, J. E. R. P. (1995). Atividade física, aptidão física e saúde. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, 1(1), 18-35.
Guedes, D. P., & Guedes, J. E. R. P. (2004). Controle do peso corporal: composição corporal, atividade física e nutrição. Shape.
Gus, I., Fischmann, A., & Medina, C. (2002). Prevalência dos fatores de risco da doença arterial coronariana no Estado do Rio Grande do Sul. Arq bras cardiol, 78(5), 478-83.
Hallal, P. C., Bauman, A. E., Heath, G. W., Kohl, H. W., Lee, I. M., & Pratt, M. (2012). Physical activity: more of the same is not enough. The Lancet, 380(9838), 190-191.
Hamilton, M. T., Healy, G. N., Dunstan, D. W., Zderic, T. W., & Owen, N. (2008). Too little exercise and too much sitting: inactivity physiology and the need for new recommendations on sedentary behavior. Current cardiovascular risk reports, 2(4), 292-298.
Heber, D., Greenway, F. L., Kaplan, L. M., Livingston, E., Salvador, J., & Still, C. (2010). Endocrine and nutritional management of the post-bariatric surgery patient: an Endocrine Society Clinical Practice Guideline. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 95(11), 4823-4843.
Hohepa, M., Schofield, G., & Kolt, G. S. (2006). Physical activity: what do high school students think?. Journal of Adolescent Health, 39(3), 328-336.
Hollmann, W., Rost, R., Liesen, H., Dufaux, B., Heck, H., & Mader, A. (1981). Assessment of different forms of physical activity with respect to preventive and rehabilitative cardiology. International Journal of Sports Medicine, 2(02), 67-80.
Hunter, G. R., Weinsier, R. L., Zuckerman, P. A., & Darnell, B. E. (2004). Aerobic fitness, physiologic difficulty and physical activity in Black and White women. International journal of obesity, 28(9), 1111-1117.
Krauss, R. M., Eckel, R. H., Howard, B., Appel, L. J., Daniels, S. R., Deckelbaum, R. J., ... & Bazzarre, T. L. (2000). AHA Dietary Guidelines: revision 2000: A statement for healthcare professionals from the Nutrition Committee of the American Heart Association. Circulation, 102(18), 2284-2299.
Lessa, I., Araújo, M. J., Magalhães, L., Almeida Filho, N. D., Aquino, E., & Costa, M. C. R. (2004). Simultaneidade de fatores de risco cardiovascular modificáveis na população adulta de Salvador (BA), Brasil. Revista Panamericana de Salud Pública, 16(2), 131-137.
Lessa, I. (1998) O adulto brasileiro e as doenças da modernidade: epidemiologia das doenças crônicas não transmissíveis. São Paulo: Editora: Hucitec, São Paulo.
Lima; D. (1999). Atividade física e qualidade de vida no trabalho. In: Anais do I Congresso Centro-Oeste de Educação Física, Esporte e Lazer; Brasília, set.
Machado Filho, R., Júnior, M. R. G., de Assis, M. L. M., de Avellar, M. A. P., dos Santos, F. G. D., Pereira, I. C., ... & de Almeida Esteves, M. C. (2020). Benefícios da prática de atletismo sobre a aptidão física de alunos de uma escola olímpica da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Intercontinental Journal on Physical Education ISSN 2675-0333, 2(2), 0-0.
Maia, C. O., Goldmeier, S., Moraes, M. A., Boaz, M. R., & Azzolin, K. (2007). Fatores de risco modificáveis para doença arterial coronariana nos trabalhadores de enfermagem. Acta paulista de Enfermagem, 20, 138-142.
Maron, B. J. (2000). The paradox of exercise. New England Journal of Medicine, 343(19), 1409-1411.
Matsudo, S. M., Matsudo, V. K. R., & Neto, T. L. B. (2000). Efeitos benéficos da atividade física na aptidão física e saúde mental durante o processo de envelhecimento. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, 5(2), 60-76.
Minayo, M. C. D., Hartz, Z. M. D., & Buss, P. M. (2000). Quality of life and health: a necessary debate. Ciência & Saúde Coletiva, 5(1), 7.
Monteiro, C. A., & Conde, W. L. (1999). A tendência secular da obesidade segundo estratos sociais: Nordeste e Sudeste do Brasil, 1975-1989-1997. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 43, 186-194.
Moreira, L. B., Fuchs, F. D., Moraes, R. S., Bredemeir, M., & Cardozo, S. (1995). Prevalência de tabagismo e fatores associados em área metropolitana da região Sul do Brasil. Revista de Saúde Pública, 29, 46-51.
Mullen, S. P., Olson, E. A., Phillips, S. M., Szabo, A. N., Wójcicki, T. R., Mailey, E. L., ... & McAuley, E. (2011). Measuring enjoyment of physical activity in older adults: invariance of the physical activity enjoyment scale (paces) across groups and time. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 8(1), 1-9.
Nahas, M. V. (2001). Atividade física, saúde e qualidade de vida. Londrina: Midiograf, 3, 278.
Oberman, A. (1985). Exercise and the primary prevention of cardiovascular disease. The American journal of cardiology, 55(10), D10-D20.
Owen, N., Healy, G. N., Matthews, C. E., & Dunstan, D. W. (2010). Too much sitting: the population-health science of sedentary behavior. Exercise and sport sciences reviews, 38(3), 105.
Paffenbarger, R. S., Hyde, R. T., Wing, A. L., & Steinmetz, C. H. (1984). A natural history of athleticism and cardiovascular health. Jama, 252(4), 491-495.
Pate, R. R., Pratt, M., Blair, S. N., Haskell, W. L., Macera, C. A., & Bouchard, C. (1995). Atividade física e saúde pública: uma recomendação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças e da American College of Sports Medicine. JAMA [Internet], 273, 402-7.
Pereira, R. A., Sichieri, R., & Marins, V. M. (1999). Waist: hips girth ratio as a predictor of arterial hypertension. Cadernos de Saúde Pública, 15, 333-344.
Powell, K. E., & Blair, S. N. (1994). The public health burdens of sedentary living habits: theoretical but realistic estimates. Medicine and science in sports and exercise, 26(7), 851-856.
Rohen, J. (1995). Anatomia humana funcional: Livro didático de anatomia macroscópica de acordo com aspectos funcionais. edição: 8, editora: Schattauer.
Santos, L. C., & Torrent, I. F. (2010). O tecido adiposo e a produção de adipocinas. SYNTHESIS| Revistal Digital FAPAM, 2(1), 110-119.
Santos, H. V. M., da Silva, M. H. K. S., da Costa Junior, E. F., & Soares, R. A. S. (2022). HIIT-Treino intervalado de alta intensidade: o efeito em pessoas com sintomas de estresse causadas pela Pandemia de Covid-19. Human and Social Development Review-ISSN 2675-8245, 3(1), 0-0.
Silva Miranda, V., da Silva, A. C., da Silva Rocha, J., & Soares, R. A. S. (2020). Estado de saúde e qualidade de vida de mulheres ativas, praticantes de musculação com acompanhamento personalizado ou por meio de consultoria online: uma avaliação com auxílio do questionário SF 36. Intercontinental Journal on Physical Education ISSN 2675-0333, 2(1), 0-0.
Silva, M. (1999). Exercício e Qualidade de Vida. In: Chorayeb & Barro. O Exercício, São Paulo, Atheneu Editora.
Soares, R. A. S., & Cunha, J. J. V. (2020). BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA COM OCLUSÃO VASCULAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS–UNIVERSO JUIZ DE FORA, 1(12).
Soares, R. A. S. (2019). EFEITOS DE PROGRAMAS DE ATIVIDADE FÍSICA SUPERVISIONADA SOBRE A MASSA CORPORAL, ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E PERCENTUAL DE GORDURA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS-CAMPUS NITERÓI.
Soares, R. A. S. (2020). Estado atual de saúde de crianças praticantes de capoeira: avaliação funcional e correlação entre o indice de massa corporal e resistência muscular localizada. Intercontinental Journal on Physical Education ISSN 2675-0333, 2(3).
Soares, R. A. S., Gomes, M., & Machado Filho, R. (2020). Benefícios da Prática do Judô para o Desenvolvimento Motor de Crianças e Adolescentes: uma Revisão de Literatura. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS–UNIVERSO JUIZ DE FORA, 1(12).
Soares, R. A. S., Machado Filho, R., & da Silva Pereira, L. F. (2022). CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE APTIDÃO FÍSICA DE JOVENS FUTEBOLISTAS DO CANTO DO RIO FUTEBOL CLUBE DA CIDADE DE NITERÓI, RJ. Revista Valore, 7, 7057.
Tofler, G. H., Mittleman, M. A., & Muller, J. E. (1996). Physical activity and the triggering of myocardial infarction: the case for regular exercise. Heart, 75(4), 323.
Wadden, T. A. (1993). Psychosocial consequences of obesity and dieting. Theory and Therapy, 163-178.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. (1989). Growth of the elderly population of the world. (WHO – Technical Report Series, 779). Geneva.
Submetido em:
15/06/2022
Aceito em:
28/07/2022