A MÉDIA PONDERADA E OS FATORES DE VETO NA PERÍCIA TRABALHISTA: UMA ABORDAGEM PELA CIF
Ricardo Wallace das Chagas Lucas
Resumo
As perícias fisioterapêuticas no âmbito trabalhista exigem a tradução de achados clínico-funcionais em conclusões objetivas e legalmente defensáveis. Este artigo explora a interação entre duas abordagens analíticas cruciais, sob a ótica da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Através de um estudo de caso prático, demonstra-se como a média ponderada quantifica as Deficiências nas funções corporais, cujo resultado se traduz em um índice de Limitação da Atividade laboral (36,9% para o trabalho global e 51,5% para o membro específico). Contudo, argumenta-se que os fatores de veto — exemplificados pelos conceitos de carga angular, de repetitividade e metabólica do Método C3 e corroborados pelo Manual de Perícia do INSS — possuem primazia na determinação de uma limitação absoluta, que se equipara à Incapacidade no Direito. Conclui-se que a combinação sinérgica de ambas as abordagens é imprescindível para uma perícia robusta, ética e precisa.
Palavras-chave
Referências
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Submetido em:
01/06/2025
Revisado em:
06/06/2025
Aceito em:
15/06/2025