Implicações da violência obstétrica nos riscos para depressão pós-parto.
Implications of obstetric violence on the risk of postpartum depression.
Implicaciones de la violencia obstétrica en el riesgo de depresión posparto.
Andreia da Silva Preto, Flavia Oliveira de Farias Prado Conceição, Cristiano de Jesus Andrade, Miria Benincasa (orientadora)
Resumo
As inovações tanto tecnológicas quanto farmacológicas no campo da saúde contribuíram, em muitos aspectos, para a melhora na qualidade de vida durante o ciclo gravídico-puerperal. Esse progresso não trouxe apenas benefícios, especialmente pelo uso indiscriminado na realização de cesarianas e violência obstétrica pelo excesso de intervenções. O objetivo deste estudo foi investigar risco de depressão pós-parto em mulheres que foram vítimas de violência obstétrica (VO) e comparar com mulheres que não foram submetidas a uma experiência de VO. Trata-se de uma pesquisa com 90 puérperas, exploratória, transversal, com análises quantitativas descritivas e qualitativas de dados. Os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico, Escala de Depressão Pós Parto (EPDS) e entrevista semiestruturada. Os resultados revelaram que muitas mulheres não identificaram que foram vitimas de VO. Mesmo sem reconhecer a VO, os achados indicam que ser vítima de violência pode ter alguma relação com uma vivencia afetiva negativa posteriormente. Além disso, ao ser considerada a média de Depressão Pós-Parto (DPP) entre puérperas, neste estudo, o índice é similar aos achados de outras pesquisas nacionais (25%), contudo, ao isolar as vítimas de VO, verifica-se predominância de risco para a DPP entre as vítimas de VO quando comparada a uma assistência ao parto mais respeitosa. Nesta pesquisa observou-se uma relação entre a experiência de violência e a emergência de sinais ou sintomas de transtornos afetivos, embora não seja possível estabelecer uma relação causal.
Palavras-chave
Abstract
Technological and pharmacological innovations in the field of health have contributed in many ways to improving the quality of life during the pregnancy-puerperium cycle. This progress has not only brought benefits, especially due to the indiscriminate use of caesarean sections and obstetric violence due to excessive interventions. The aim of this study was to investigate the risk of postpartum depression in women who have been victims of obstetric violence (OV) and to compare this with women who have not experienced OV. This is an exploratory, cross-sectional study of 90 puerperal women, with descriptive quantitative and qualitative data analysis. The instruments used were: a sociodemographic questionnaire, the Postpartum Depression Scale (EPDS) and a semi-structured interview. The results revealed that many women did not identify that they were victims of OV. Even without recognizing OV, the findings indicate that being a victim of violence may be related to a later negative affective experience. In addition, when considering the average rate of Postpartum Depression (PPD) among puerperal women, in this study, the rate is similar to the findings of other national studies (25%), however, when isolating the victims of OV, there is a predominant risk of PPD among victims of OV when compared to more respectful childbirth care. This study found a relationship between the experience of violence and the emergence of signs or symptoms of affective disorders, although it was not possible to establish a causal relationship.
Keywords
Resumen
Las innovaciones tecnológicas y farmacológicas en el campo de la salud han contribuido de muchas maneras a mejorar la calidad de vida durante el ciclo embarazo-puerperio. Estos avances no sólo han traído beneficios, sobre todo debido al uso indiscriminado de cesáreas y a la violencia obstétrica por exceso de intervenciones. El objetivo de este estudio fue investigar el riesgo de depresión posparto en mujeres que han sido víctimas de violencia obstétrica (VO) y compararlo con mujeres que no la han padecido. Se trata de un estudio exploratorio, transversal, de 90 mujeres puérperas, con análisis cuantitativos descriptivos y cualitativos de los datos. Los instrumentos utilizados fueron un cuestionario sociodemográfico, la Escala de Depresión Postparto (EPDS) y una entrevista semiestructurada. Los resultados revelaron que muchas mujeres no reconocían que eran víctimas de VPO. Incluso sin reconocer la VO, los resultados indican que ser víctima de violencia puede tener algo que ver con una experiencia afectiva negativa posterior. Además, cuando se considera la tasa media de Depresión Postparto (DPP) entre las puérperas, en este estudio, la tasa es similar a los hallazgos de otros estudios nacionales (25%), sin embargo, cuando se aísla a las víctimas de VL, existe un riesgo predominante de DPP entre las víctimas de VL en comparación con una atención al parto más respetuosa. Este estudio encontró una relación entre la experiencia de violencia y la aparición de signos o síntomas de trastornos afectivos, aunque no fue posible establecer una relación causal.
Palabras clave
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Submetido em:
15/03/2024
Revisado em:
28/06/2024
Aceito em:
05/07/2024
Publicado em:
03/08/2024