Intercultural repertories of women on HIV/AIDS conceptions in na interethnic scenario
Repertorios interculturales de mujeres acerca de concepciones de VIH/SIDA en un escenario interétnico
Repertórios interculturais de mulheres sobre concepções de HIV/AIDS em cenário interétnico
Édija Anália Rodrigues de Lima; Rafaela Gerbasi Nóbrega Quartarone; Débora Raquel Soares Guedes Trigueiro; Joseane Barbosa Freire da Silva; Maria Eliane Moreira Freire; Sandra Aparecida de Almeida; Jordana de Almeida Nogueira
Abstract
Objective: to analyze, from the perspective of interculturality, the meanings attributed to HIV/AIDS that make up the repertoires of women in interethnic situations.
Method: a descriptive, retrospective study, developed based on the primary research database. The sample consisted of 642 records, from the application of the Word Association Test, with 386 non-indigenous women and 256 indigenous women from the municipality of Rio Tinto-PB. The responses learned from the AIDS-inducing stimulus were categorized according to group belonging, age and marital status. Data were processed by the IRaMuTeQ software, and analyzed using the Descending Hierarchical Classification, complementary specificities and factorial correspondence analysis techniques. The discussions were based on the three perspectives that encompass interculturality: relational, functional and critical.
Results: Three classes were formed: Biomedical Repertoire, Socio-emotional Repertoire and Behavioral Repertoire. Biomedical Repertoire was the most significant for both groups, being led by non-indigenous women; the socio-emotional and behavioral constituents were mostly represented by indigenous women.
Final considerations and implications for practice: in this interethnic setting, intercultural dialogue materializes in the exchange of a heterogeneous way of thinking-knowing-doing, which unfolds in the light of relational and functional interculturality, demonstrating embryonic movements towards critical interculturality.
Keywords
Resumen
Palabras clave
Resumo
Objetivo: analisar, sob a perspectiva da interculturalidade, os significados atribuídos ao HIV/AIDS que compõem os repertórios de mulheres em situação interétnica.
Método: estudo descritivo, retrospectivo, desenvolvido com base no banco de dados de pesquisa primária. A amostra foi constituída por 642 registros, provenientes da aplicação do Teste de Associação Livre de Palavras, com 386 mulheres não indígenas e 256 mulheres indígenas procedentes do município de Rio Tinto-PB. As respostas apreendidas do estímulo indutor AIDS foram categorizadas segundo grupo de pertencimento, idade e conjugalidade. Os dados foram processados pelo software IraMuTeQ, e analisados pelas técnicas de Classificação Hierárquica Descendente, Especificidades Complementares e Análise Fatorial de Correspondência. As discussões apoiaram-se nas três perspectivas que abarcam a interculturalidade: relacional, funcional e crítica.
Resultados: foram conformadas três classes denominadas: Repertório biomédico; Repertório socioemocional; e Repertório comportamental. O biomédico foi o mais significativo para ambos os grupos, sendo liderado pelas não indígenas, e os constituintes socioemocional e comportamental foram majoritariamente representados pelas indígenas.
Considerações Finais e implicações para a prática: nesse cenário interétnico, o diálogo intercultural se materializa no intercâmbio de forma heterogênea de pensar-saber-fazer, que se desdobra sob a luz da interculturalidade relacional e funcional, demonstrando movimentos embrionários para a interculturalidade crítica.
Palavras-chave
Referencias
1 Lourenço GO, Amazonas MCLA, Lima RDM. Nem santa, nem puta, apenas mulher: a feminização do HIV/aids e a experiência de soropositividade. Sex Salud Soc (Rio J). 2018 Dec;30(30):262-81.
2 UNAIDS. Data 2019 [Internet]. Geneva (CH): OMS; 2019 [citado 2021 maio 13]. Disponível em:
3 Silva JBF, Nóbrega RG, Almeida SA, Lima EAR, Silva ACO, Nogueira JA. How Indigenous and non-Indigenous women look at AIDS: convergences and singularities. Rev Esc Enferm USP. 2020;54:e03552.
4 UNAIDS. Estatísticas globais sobre HIV em 2021 [Internet]. 2021 [citado 2021 maio 13]. Disponível em:
5 Brasil. Boletim Epidemiológico HIV-AIDS [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2021 [citado 2021 ago 10]. Disponível em:
6 Yajahuanca RSA, Fontenele CV, Sena BF, Diniz SG. Birth at the health center or at home: an analysis of birthing care among the kukamas kukamirias women of Peru. J Hum Growth Dev. 2013;23(3):322-30.
7 Nóbrega RG, Nogueira JA, Almeida SA, Marcolino ABL, Cananéa JNA, Bezerra VP. Indigenous health in times of AIDS: an integrative review. Online Braz. J. Nurs. 2015 Jun;14(2):205-16.
8 Caudau VMF. Diferenças culturais, interculturalidade e educação em direitos humanos. Educ Soc. 2012;33(118):235-50.
9 Weissmann L. Multiculturalidade, transculturalidade, interculturalidade. Constr Psicopedag [Internet]. 2018 [citado 2021 ago 10];26(27):21-36. Disponível em:
10 Walsh C. Interculturalidade e decolonialidade do poder um pensamento e posicionamento “outro” a partir da diferença colonial. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito UFPel [Internet]. 2019 Jan-Jul [citado 2021 ago 10];5(1):6-39. Disponível em:
11 Camargo BV, Justo AM. IRAMUTEQ: Um software gratuito para análise de dados textuais. Temas Psicol. 2013 Dec;21(2):513-8.
12 Deus APV, Vila VDSC. O processo diagnóstico do HIV no contexto de relacionamento estáveis: interpretação descritiva. New Trends in Qualitative Research. 2021;9:327-35.
13 Gomes R. Narratives of the Brazilian homosexual movement on the health of gays and lesbians. Cien Saude Colet. 2022 Feb;27(2):555-65.
14 Souza SO, Paula AC, Silva CA, Carvalho PMRS, Souza MM, Matos MM. Iniquidades de gênero e vulnerabilidade às IST/HIV/aids em adolescentes de assentamento urbano: um estudo exploratório. Cienc Enferm. 2020 Sep;26(12).
15 Carvalho JMR, Monteiro SS. Visões e práticas de mulheres vivendo com HIV/AIDS sobre reprodução, sexualidade e direitos. Cad Saude Publica. 2021;37(6):e00169720.
16 Silva TCF, Sousa LRM, Jesus GJ, Argolo JGM, Gir E, Reis RK. Factors associated with the consistent use of the male condom among women living with HIV/aids. Texto Contexto Enferm. 2019;28:e20180124.
17 Brasil. Prevenção combinada do HIV: bases conceituais para profissionais, trabalhadores e gestores de saúde [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2017. Disponível em:
18 Silva LF. Identidades em processo: se fazer prostituta e indígena em um jogo relacional e contextual. Rev Antropologia UFSCar. 2019;11(1):486-503.
19 Tota M. Diferenças (sutis) e desigualdades (insofismáveis): breve reflexão sobre etnicidade e homossexualidade a partir de um estudo de caso. Aceno. 2016 Jan-Jun;3(5):39-58.
20 Silva JB, Pinheiro HVS, Silva JLS, Silva MR, Gurgel MJP, Portela G et al. Educação em saúde sobre autocuidado íntimo e ISTs para mulheres em situação de vulnerabilidade. REDCPS. 2021;6:1-6.
21 Andrade RAM, Rodrigues LLS. Educação e prevenção em DST, HIV/Aids e hepatite virais para gays, travestis, homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo. Rev. Ext. Integrac. Amaz. [Internet]. 2019 [citado 2021 ago 10];1(2):43-5. Disponível em:
22 Carmo BAG, Quadros NRP, Santos MMQ, Macena JKF, Oliveira MFV, Polaro SHI et al. Health education on sexually transmissible infections to Nursing college students. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2020; 33:102851.
23 Campany LNS, Amaral DM, Santos RNOL. HIV/aids in Brazil: the feminization of the epidemic under analysis. Rev Bioet. 2021 Apr/Jun;29(2):374-83.
24 Oliveira MA. Escola de tururukari-uka:uma análise do papel da escola na formação da identidade linguístico-cultural dos kambeba [dissertação]. Manaus (AM): Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes, Universidade do Estado do Amazonas; 2018 [citado 2020 maio 30]. Disponível em:
25 Crespo MCA, Silva IR, Costa LS, Araújo IFL. Liquid modernity: challenges for health education in the context of vulnerabilities for sexually transmitted infections. Rev. Enferm. UERJ (Online). 2019;27:e43316.
26 Hernandes CP, Rocha RK, Hausmann A, Appelt JB, Marques CM. Análise qualitativa dos sentimentos e conhecimentos acerca da gestação e do HIV em gestantes soropositivas e soronegativas. J. Health Biol. Sci. 2019 Jan-Feb;7(1):32-40.
27 Guimarães MDC, Magno L, Ceccato MGB, Gomes RRFM, Leal AF, Knauth DR et al. HIV/AIDS knowledge among MSM in Brazil: a challenge for public policies. Rev Bras Epidemiol. 2019;22(22, Suppl.1):e190005.
28 Oliveira RCC, Sá LD, Silva AO, Vianna RPT, Lima AS, Oliveira AAV. Social representations about the health and diseases built by potiguara indians. Rev Enferm UFPE. 2014;8(8):736-45.
29 Santos DRV, Santos JV, Andrade WM, Lima TMS, Lima LN, Lima AGD et al. Antiparasitic plants used by the kantaruré-batida indigenous community (ne-brazil): ethnobotany and local knowledge-erosion risks. Ambiente Soc. 2018;21:e00111.
30 Ponte VS, Ribeiro BES, Santos AS, Bentes LV. Uma área de pastagem ela não tem a qualidade de erva medicinal: entre saber e poder, território e territorialidade Tembé. Rev. Anthropológicas. 2020;31(1):105-40.
31 Vasconcelos GPSS, Cunha EVL. Levantamento de Plantas Medicinais Utilizadas por Indígenas Potiguaras da Aldeia São Francisco (Litoral Norte da Paraíba). Gaia Sci [Internet]. 2013 [citado 2021 ago 10];7(1):146-56. Disponível em:
32 Garnelo L, Sampaio SS, Pontes AP. Atenção diferenciada: a formação técnica de agentes indígenas de saúde do Alto Rio Negro. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2019.
33 Silva RP, Barcelos AC, Hirano BQL, Izzo RS, Calafate JMS, Soares TO. A experiência de alunos do PET-Saúde com a saúde indígena e o programa Mais Médicos. Interface (Maynooth). 2015v;19(supl):1005-14.
34 Brasil. Ministério da Saúde. Cinco passos para a construção de linhas de cuidado para pessoas vivendo com HIV/Aids [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017 [citado 2021 maio 13]. Disponível em:
35 Brasil. Ministério da Saúde. Cuidado integral às pessoas que vivem com HIV pela Atenção Básica: manual para a equipe multiprofissional [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017 [citado 2021 maio 13]. Disponível em:
36 Gomes MP, Souza FBS, Gomes AMT, Silva GA, Barbosa DJ, Silva ALB. Ressignificação da existência e do cotidiano de pessoas que vivem com HIV. Revista Pró-univer SUS. 2019 Jan-Jun;10(1):2-6.
37 Villela WV, Barbosa RM. Trajectories of women living with HIV/AIDS in Brazil. Progress and permanence of the response to the epidemic. Cien Saude Colet. 2017 Jan;22(1):87-96.
38 Lucena JB. Pra gente esse novo caminho é um desafio: a circulação e interação de jovens universitários indígenas Potiguara na cidade de João Pessoa. Opará [Internet]. 2017 [citado 2021 ago 10];5(7):1-17. Disponível em:
39 Lucena JB, Silva BR. Novos caminhos e desafios de jovens Potiguara: a circulação e interação de estudantes universitários indígenas na região metropolitana de João Pessoa. Antropologia Andina Muhunchik Jathasa. [Internet]. 2017 Jun [citado 2021 ago 10];3(1):32-53. Disponível em:
40 Lucena JB, Silva JO, Silva BR. A universidade não é tão legal quanto imaginávamos”: a formação de redes sociais por jovens indígenas universitários para se proteger de preconceitos raciais. Revista de Estudos e Investigações Antropológicas. [Internet]. 2017 [citado 2021 ago 10];2:9-34. Disponível em:
Submitted date:
10/12/2022
Accepted date:
08/09/2023