Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
https://app.periodikos.com.br/journal/ean/article/doi/10.1590/2177-9465-EAN-2021-0013
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
Pesquisa

Spatial analysis of fetal mortality from congenital syphilis in the municipality of Recife-PE-Brazil between 2007 and 2016

Análisis espacial de la mortalidad fetal por sífilis congénita en el municipio de Recife-PE-Brasil entre 2007 y 2016

Análise espacial da mortalidade fetal por sífilis congênita no Município do Recife-PE-Brasil entre 2007 e 2016

Roberta de Souza Pereira da Silva Ramos; Gledsângela Ribeiro Carneiro; André Luiz Sá de Oliveira; Tarcisio Neves da Cunha; Vânia Pinheiro Ramos

Downloads: 0
Views: 104

Abstract

Objective: To analyze the spatial distribution of fetal mortality due to congenital syphilis among the neighborhoods of the city of Recife-PE.

Method: Ecological study, based on the epidemiological indicator fetal mortality rate due to congenital syphilis, aggregated at the neighborhood level, in two five-year periods: 2007 to 2011 and 2012 to 2016. The pattern of spatial autocorrelation was determined by the Moran Global and Local Indexes, with statistical significance lower than 5% and represented in BoxMap and MoranMap maps that indicated areas with high, low and epidemiological transition rates and clusters of greater epidemiological interest.

Results: It was reported 208 fetal deaths. The Moran Global Index showed a reasonable degree of positive spatial autocorrelation in the first five-year period (I = 0.351 and p-value = 0.01) and a weak degree in the second five-year period (I = 0.189 and p-value = 0.02). Sanitary Districts I and VII had the highest percentages of neighborhoods that formed the cluster of high rates of the indicator with 63.3% and 38.4% in the first and second five-year periods, respectively.

Conclusions and Implications for Practice: The spatial analysis pointed out the critical areas for the occurrence of the indicator, which could contribute to investment in priority areas for the prevention of vertical transmission of syphilis.

Keywords

Spatial analysis; Congenital syphilis; Fetal mortality; Incidence; Vertical transmission

Resumen

Objetivo: Analizar la distribución espacial de la mortalidad fetal por sífilis congénita entre los barrios de Recife-PE.

Método: Estudio ecológico, basado en el indicador epidemiológico tasa de mortalidad fetal por sífilis congénita, agregada a nivel de barrio, en dos quinquenios: 2007 a 2011 y 2012 a 2016. El patrón de autocorrelación espacial fue determinado por los Índices Moran Global y Local, con significancia estadística menor al 5% y representados en mapas de BoxMap y MoranMap, que indicaron áreas con tasas de transición alta, baja y epidemiológica y conglomerados de mayor interés epidemiológico.

Resultados: Notificadas 208 muertes fetales. El Índice Global de Moran mostró un grado razonable de autocorrelación espacial positiva en el primer quinquenio (I = 0,351 y p-valor=0,01) y un grado débil en el segundo quinquenio (I = 0,189 y p-valor=0,02). Los Distritos Sanitarios I y VII presentaron los mayores porcentajes de barrios que formaron el cluster de tasas altas del indicador con 63,3% y 38,4% en el primer y segundo quinquenio, respectivamente.

Conclusión e Implicación para la Práctica: El análisis espacial señaló las áreas críticas para la ocurrencia del indicador, que podrían contribuir a la inversión en áreas prioritarias para la prevención de la transmisión vertical de sífilis.

Palabras clave

Análisis espacial; Sífilis congénita; Mortalidad fetal; Incidencia; Transmisión vertical

Resumo

Objetivo: analisar a distribuição espacial da mortalidade fetal por sífilis congênita entre os bairros do Município do Recife-PE.

Método: estudo ecológico, realizado a partir do indicador epidemiológico taxa de mortalidade fetal por sífilis congênita, agregado ao nível dos bairros, em dois quinquênios: 2007 a 2011 e 2012 a 2016. O padrão de autocorrelação espacial foi determinado pelos Índices de Moran Global e Local, com significância estatística inferior a 5% e representado em mapas BoxMap e MoranMap que apontaram as áreas com taxas altas, baixas e em transição epidemiológica e os clusters de maior interesse epidemiológico.

Resultados: foram notificados 208 óbitos fetais. O Índice Global de Moran evidenciou autocorrelação espacial positiva em grau razoável, no primeiro quinquênio (I = 0,351 e p-valor = 0,01) e, em grau fraco, no segundo quinquênio (I = 0,189 e p-valor = 0,02). Os Distritos Sanitários I e VII obtiveram os maiores percentuais de bairros que formaram o cluster de altas taxas do indicador com 63,3% e 38,4% no primeiro e segundo quinquênios, respectivamente.

Conclusões e implicações para a Prática: a análise espacial apontou as áreas críticas para ocorrência do indicador, podendo contribuir para o investimento nas áreas prioritárias de prevenção da transmissão vertical da sífilis.

Palavras-chave

Análise espacial; Sífilis congênita; Mortalidade fetal; Incidência; Transmissão vertical

Referências

1 WHO: World Health Organization. Chlamydia, gonorrhoea, trichomoniasis and syphilis: global prevalence and incidence estimates, 2016 [Internet]. WHO; 2016 [citado 2017 abr 2]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/246296

2 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico Sífilis. Vol. 49. Brasília: Ministério da Saúde; 2018.

3 Gomez GB, Kamb ML, Newman LM, Mark J, Broutet N, Hawkes SJ. Untreated maternal syphilis and adverse outcomes of pregnancy: a systematic review and meta-analysis. Bull World Health Organ. 2013 mar 1;91(3):217-26. http://dx.doi.org/10.2471/BLT.12.107623. PMid:23476094.

4 Unemo M, Bradshaw CS, Hocking JS, de Vries HJC, Francis SC, Mabey D et al. Sexually transmitted infections: challenges ahead. Lancet Infect Dis. 2017 ago;17(8):e235-79. http://dx.doi.org/10.1016/S1473-3099(17)30310-9. PMid:28701272.

5 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico Sífilis. Vol. 49. Brasília: Ministério da Saúde; 2019.

6 Organização Pan-Americana da Saúde. Organização Mundial da Saúde. 50° Conselho Diretor. 62a Sessão do Comitê Regional. Resolução CD50.R12. Estratégia e plano de ação para a eliminação transmissão materno-infantil do HIV e da sífilis congênita [Internet]. Washington (DC): OPAS/OMS; 2010 [citado 2013 mar 14]. Disponível em: https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2010/CD50.R12-p.pdf

7 Ramos RSPS, Ramos VP. Análise espacial como ferramenta de identificação de áreas prioritárias de intervenção para prevenção da sífilis. Cien Saude Colet [Internet]. 2020; [citado 2020 mar 5]. Disponível em: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/analise-espacial-como-ferramenta-de-identificacao-de-areas-prioritarias-de-intervencao-para-prevencao-da-sifilis/17500?id=17500

8 IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais. IBGE Cidades. IBGE; 2021 [citado 2021 jan 10]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pe/recife/panorama

9 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.

10 Andreucci CB, Cecatti JG. Desempenho de indicadores de processo do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento no Brasil: uma revisão sistemática. Cad Saude Publica. 2011;27(6):1053-64. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011000600003. PMid:21710003.

11 Dos Santos AE, Rodrigues AL, Lopes DL. Aplicações de Estimadores Bayesianos Empíricos para Análise Espacial de Taxas de Mortalidade. Anais do VII Simpósio Brasileiro de Geoinformática; 2005; Campos do Jordão (SP), Brasil. São José dos Campos: INPE; 2005. p. 300-9.

12 Santos L, Raia AA Jr. Análise espacial de dados geográficos: a utilização da Exploratory Spatial Data Analysis - ESDA para identificação de áreas críticas de acidentes de trânsito no município de São Carlos (SP). Soc Natur. [Internet]. 2006; [citado 2020 dez 14];18(35):97-107. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/9251

13 Ministério da Saúde (MS). Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Introdução a Estatística Espacial para Saúde Pública. Brasília: MS; 2007. (Série B. Textos Básicos de Saúde). (Série Capacitação e Atualização em Geoprocessamento em Saúde; 3).

14 Fleiss JL. Statistical methods for rates and proportions. New York: John Wiley; 1981. p. 212-36.

15 Almeida ES. Econometria espacial aplicada. Campinas: Alínea Editora, 2012.

16 Jacquez GM. Spatial cluster analysis. In: Fotheringham S, Wilson J, editors. The handbook of geographic information science. Hoboken: Blackwell Publishing; 2008. p. 395-416.

17 Pfeiffer DU, Robinson TP, Stevenson M, Stevens KB, Rogers DJ, Clements ACA. Spatial analysis in epidemiology. Oxford University Press New York; 2008. http://dx.doi.org/10.1093/acprof:oso/9780198509882.001.0001.

18 Duarte-Cunha M, Souza-Santos R, Matos HJD, Oliveira MLWD. Epidemiological aspects of leprosy: a spatial approach. Cad Saude Publica. 2012;28(6):1143-55. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000600013. PMid:22666818.

19 Anselin L. The Moran scatterplot as an ESDA tool to assess local instability in spatial association. In: Fisher M, Scholten HJ, Unwin, D, editors. Spatial analytical perspectives on GIS. London: Taylor & Francis; 1996. p. 111-26

20 Nonato SM, Melo APS, Guimarães MDC. Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo Horizonte-MG, 2010-2013. Epidemiol Serv Saude. 2015 dez;24(4):681-94. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742015000400010.

21 Cavalcante PAM, Pereira RBL, Castro JGD. Sífilis gestacional e congênita em Palmas, Tocantins, 2007-2014. Epidemiol Serv Saúde. 2017;26(2):255-64. http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200003.

22 Conceição HN, Câmara JT, Pereira BM. Análise epidemiológica e espacial dos casos de sífilis gestacional e congênita. Saúde Debate. 2019 out;43(123):1145-58. http://dx.doi.org/10.1590/0103-1104201912313.

23 Padovani C, Oliveira RR, Pelloso SM. Syphilis in during pregnancy: association of maternal and perinatal characteristics in a region of southern Brazil. Rev Lat Am Enfermagem. 2018;26(0):e3019. http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.2305.3019. PMid:30110097.

24 Silva IMD, Leal EMM, Pacheco HF, Souza JG Jr, Silva FS. Perfil epidemiológico da sífilis congênita. Rev Enferm UFPE on line. 2019;13(3):604-13. http://dx.doi.org/10.5205/1981-8963-v13i3a236252p604-613-2019;

25 Holanda MTCG, Barreto MA, Machado KMM, Pereira RC. Perfil epidemiológico da sífilis congênita no Município do Natal, Rio Grande do Norte - 2004 a 2007. Epidemiol Serv Saude. 2011 jun 20;20(2):203-12. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742011000200009.

26 Domingues RM, Saracen V, Hartz ZM, Leal MC. Congenital syphilis: a sentinel event in antenatal care quality. Rev Saude Publica. 2013 fev;47(1):147-56, discussion 157. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102013000100019. PMid:23703141.

27 Nunes JT, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Qualidade da assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cad Saúde Colet. 2016;24(2):252-61. http://dx.doi.org 10.1590/1414-462X201600020171.

28 Silva ALA, Mendes ACG, Miranda GMD, Souza WV. A qualidade do atendimento ao parto na rede pública hospitalar em uma capital brasileira: a satisfação das gestantes. Cad Saude Publica. 2017;33(12):e00175116. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00175116. PMid:29267694.

29 CDC: Centers for Disease Control and Prevention. Sexually transmitted diseases treatment guidelines. Syphilis during pregnancy [Internet]. CDC; 2021 [citado 2021 set 10]. Disponível em: https://www.cdc.gov/std/treatment-guidelines/syphilis-pregnancy.htm

30 Santos T. Desabastecimento de penicilina alerta para desafio global de combate à sífilis [Internet]. MEDSCAPE; 2016 [citado 2017 abr 2]. Disponível em: http://portugues.medscape.com/verartigo/6500488

31 Guanabara MAO, Leite-Araújo MA, Matsue RY, Barros VL, Oliveira FA. Acesso de gestantes às tecnologias para prevenção e controle da sífilis congênita em Fortaleza-Ceará, Brasil. Rev Salud Publica (Bogota). 2017 jan/fev;19(1):73-8. http://dx.doi.org/10.15446/rsap.v19n1.49295.

32 Domingues RMSM, Lauria LM, Saraceni V, Leal MC. Manejo da sífilis na gestação: conhecimentos, práticas e atitudes dos profissionais pré-natalistas da rede SUS do município do Rio de Janeiro. Ciênc Saúde Coletiva. 2013 maio;18(5):1341-51. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000500019.

33 Melo NGDO, Melo DA Fo, Ferreira LOC. Diferenciais intraurbanos de sífilis congênita no Recife, Pernambuco, Brasil (2004-2006). Epidemiol Serv Saude. 2011 jun;20(2):213-22. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742011000200010.

34 Dos Santos AE, Rodrigues AL, Lopes DL. Aplicações de estimadores bayesianos empíricos para análise espacial de taxas de mortalidade. Anais do VII Simpósio Brasileiro de Geoinformática; 2005; Campos do Jordão (SP), Brasil. São José dos Campos: INPE. p. 300-9.

35 Domingues RMSM, Leal MC. Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo Nascer no Brasil. Cad Saude Publica. 2016;32(6):e00082415. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00082415. PMid:27333146.

36 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (BR). Orientações Técnicas da Vigilância Socioassistencial. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 2013. 58 p.

37 de Holanda ER, Galvão MT, Pedrosa NL, Paiva SS, de Almeida RL. Spatial analysis of infection by the human immunodeficiency virus among pregnant women. Rev Lat Am Enfermagem. 2015 maio/jun;23(3):441-9. http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.0481.2574. PMid:26155005.

38 Canuto IMB, Alves FAP, Oliveira CM, Frias PG, Macêdo VC, Bonfim CV. Intraurban differentials of perinatal mortality: modeling for identifying priority areas. Esc Anna Nery. 2019;23(1):e20180166. http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2018-0166.

39 Oliveira TG, Silveira Neto RM. Segregação residencial na cidade do Recife: um estudo da sua configuração. Rev Bras Est Reg Urb [Internet]. 2015; [citado 2018 ago 16];9(1):71-92. Disponível em: https://www.revistaaber.org.br/rberu/article/view/115/151

40 Fonseca BMC, Braga AMCB, Dias EC. Planejamento de intervenções em Saúde do Trabalhador no território: uma experiência participativa. Rev Bras Saúde Ocup. 2019;44:e36. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6369000015018.

41 Faria RM. A territorialização da Atenção Básica à Saúde do Sistema Único de Saúde do Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(11):4521-30. http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320202511.30662018.
 


Submetido em:
21/02/2021

Aceito em:
22/10/2021

67d9c6d8a9539515284cd287 ean Articles

Esc. Anna Nery

Share this page
Page Sections