Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
https://app.periodikos.com.br/journal/ean/article/doi/10.1590/2177-9465-EAN-2020-0166
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
Research

Quality assessment of antenatal care home-based records of urban women

Evaluación de la calidad de los registros de tarjeta prenatal de mujeres urbanas

Avaliação da qualidade dos registros de cartões de pré-natal de mulheres urbanas

Letícia Ferreira de Camargos; Patrícia Lage Lemos; Eunice Francisca Martins; Mariana Santos Felisbino-Mendes

Downloads: 0
Views: 83

Abstract

Objective: To evaluate the antenatal care (ANC) home-based records of puerperal women attended in public and private maternity hospitals.

Methods: Cross-sectional study that analyzed photographs of 394 ANC home-based records of women who participated in the research Nascer em Belo Horizonte (Born in Belo Horizonte, in free translation). Records were assessed regarding completeness, legibility and completeness of sociodemographic, clinical, obstetric and laboratory data.

Results: 88.5% of the cards had no record of the name of the primary care unit of reference, 76.9% of the maternity of reference and 82.4% of the ANC institution. Evaluation of edema, use of ferrous sulfate and folic acid were not registered in 55%, 91.1% and 92.6% of the cards, respectively. The absence of records in the weight chart was identified in 86.8% of the cards, and in the uterine height chart, 79.7%.

Conclusions and implications for practice: There are large gaps in the registration of the ANC process in the home-based records, which may compromise the quality of care and follow-up of pregnant women. The findings point to the need for permanent education in service directed to health professionals, such as nurses, regarding the importance of carrying out and registering the actions recommended in ANC.

 

Keywords

Antenatal Care; Records; Primary Health Care; Nurses; Women’s Health.

Resumen

Objetivo: Analizar registros de las tarjetas de prenatal de puérperas atendidas en maternidades públicas y privadas.

Métodos: Estudio transversal, con fotos de 394 tarjetas de prenatal, provenientes de la investigación Nascer em Belo Horizonte (Nacer en Belo Horizonte), que analizó registros en cuanto al llenado, legibilidad y completitud de las informaciones sociodemográficas, clínicas, obstétricas y exámenes de laboratorio.

Resultados: El 88,5% de las tarjetas no tuvieron registro del nombre de la unidad básica de referencia, el 76,9%, de la maternidad de referencia y el 82,4%, de la institución de realización del prenatal. Evaluación del edema, uso de sulfato ferroso y ácido fólico no se registraron en el 55%, 91,1% y 92,6% de las tarjetas, respectivamente. La ausencia de registros en el gráfico de peso fue identificada en el 86,8% de las tarjetas, y en el 79,7% de altura uterina.

Conclusión: Existen grandes lagunas en el registro del proceso de asistencia prenatal, pudiendo comprometer la calidad de la asistencia y el acompañamiento de las gestantes.

Implicaciones para la práctica: Se necesita educación permanente dirigida a profesionales de la salud, como enfermeras, sobre la importancia de llevar a cabo y registrar las acciones recomendadas en la atención prenatal.

Palabras clave

Atención Prenatal; Registros; Atención Primaria de Salud; Enfermeras y Enfermeros; Salud de la Mujer

Resumo

Objetivo: Avaliar registros dos cartões de pré-natal de puérperas atendidas em maternidades públicas e privadas.

Método: Estudo transversal que analisou fotos de 394 cartões de pré-natal de mulheres que participaram da pesquisa Nascer em Belo Horizonte. Os registros foram avaliados quanto ao preenchimento, legibilidade e completude das informações sociodemográficas, clínicas, obstétricas e exames laboratoriais.

Resultados: Evidenciou-se que 88,5% dos cartões não apresentaram registro do nome da unidade básica de referência, 76,9%, da maternidade de referência e 82,4%, da instituição de realização do pré-natal. A avaliação do edema, o uso de sulfato ferroso e ácido fólico não foram registrados em 55%, 91,1% e 92,6% dos cartões, respectivamente. A ausência de registros no gráfico de peso foi identificada em 86,8% dos cartões, e no de altura uterina, 79,7%.

Conclusão e implicações para a prática: Existem grandes lacunas no registro do processo de cuidado pré-natal nos cartões e cadernetas, o que pode comprometer a qualidade da assistência e o acompanhamento das gestantes. Os achados apontam para a necessidade da educação permanente em serviço direcionada aos profissionais de saúde, como os enfermeiros, quanto à importância da realização e registro das ações preconizadas no cuidado pré-natal.

Palavras-chave

Cuidado Pré-Natal; Registros; Atenção Primária à Saúde; Enfermeiras e Enfermeiros; Saúde da Mulher

Referencias

1 World Health Organization. WHO recommendations on antenatal care for a positive pregnancy experience [Internet]. Geneva: WHO; 2016 [citado 2020 maio 25]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250796/9789241549912-eng.pdf?sequence=1

2 Gonçalves LA, Costa LC, Ferreira VL, Abreu MS. Avaliação dos registros do número de consultas de pré-natal no cartão da gestante, sanitas e sisprenatal. Rev Admin Hosp e Inov em Saúde RAHIS. 2014 mar;11(4):266-77. http://dx.doi.org/10.21450/rahis.v11i4.2170.

3 World Health Organization. WHO recommendations on home-based records for maternal, newborn and child health [Internet]. Geneva: WHO; 2018 [citado 2020 maio 25]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/274277/9789241550352-eng.pdf?ua=1

4 Gonzalez TN, Cesar JA. Posse e preenchimento da Caderneta da Gestante em quatro inquéritos de base populacional. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2019 jun;19(2):375-82. http://dx.doi.org/10.1590/1806-93042019000200007.

5 Santos No ET, Oliveira AE, Zandonade E, Gama SGN, Leal MC. O que os cartões de pré-natal das gestantes revelam sobre a assistência nos serviços do SUS da Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo, Brasil? Cad Saude Publica. 2012 set;28(9):1650-62. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000900005. PMid:23033181.

6 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2012 [citado 2020 maio 25]. 318 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf

7 Valente MMPQ, Freitas NQF, Áfio ACE, Sousa CS, Evangelista DR, Moura ERF. Assistência Pré-Natal: um olhar sobre a qualidade. Rev Rene Fortaleza. [Internet]. 2013; [citado 2020 maio 25];14(2):280-9. Disponível em: http://periodicos.ufc.br/rene/article/view/3375/2613.

8 Andreucci CB, Cecatti JG. Desempenho de indicadores de processo do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento no Brasil: uma revisão sistemática. Cad Saude Publica. 2011;27(6):1053-64. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011000600003. PMid:21710003.

9 Ministério da Saúde (BR). Caderneta da Gestante [Internet]. 4ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2016 [citado 2020 maio 25]. 48 p. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/31/Caderneta-da-Gestante-2018.pdf

10 Viellas EF, Domingues RMSM, Dias MAB, Gama SGN, Theme Filha MM, Costa JV et al. Assistência pré-natal no Brasil. Cad. Saude Publica. 2014;30(suppl 1):S85-100. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00126013.

11 Leal MC, Szwarcwald CL, Almeida PVB, Aquino EML, Barreto ML, Barros F, et al. Reproductive, maternal, neonatal and child health in the 30 years since the creation of the Unified Health System (SUS). Ciênc. saúde coletiva. 2018;23(6):1915-28. https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.03942018.

12 Bahk J, Yun SC, Kim Y, Khang YH. Impact of unintended pregnancy on maternal mental health: a causal analysis using follow up data of the Panel Study on Korean Children (PSKC). BMC Pregnancy Childbirth. 2015;15(1):85. http://dx.doi.org/10.1186/s12884-015-0505-4. PMid:25881099.

13 Carrilho JM. Avaliação dos Dados do Cartão de Pré-natal e Registro da Rotina Prevista na Assistência Pré-natal de Baixo Risco em uma Coorte de Gestantes em Belo Horizonte [dissertação]. Belo Horizonte (MG): Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais; 2014.

14 Coêlho TTG, Medeiros ACQ, Ribeiro WCS, Menêzes TB. Avaliação do Grau de Completude do Cartão da Gestante de Puérperas Atendidas em um Hospital Universitário. R. Bras. Ci. Saúde. 2015;19(2):117-22. http://dx.doi.org/10.4034/RBCS.2015.19.02.05.

15 Amorim LP, Senna MIB, Gomes VE, Amaral JHL, Vasconcelos M, Silva AG et al. Preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança nos serviços de saúde em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Epidemiol Serv Saude. 2018;27(1):e201701116. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742018000100016. PMid:29451613.

16 Amorim T, Felisbino-Mendes MS, Schreck RSC, Ribeiro SP, Rezende EM, Martins EF. Born in Belo Horizonte: the trajectory of parturient women and their reproductive outcomes. Rev Esc Enferm USP. 2019;53:e03441. http://dx.doi.org/10.1590/s1980-220x2018000903441. PMid:31166530.

17 Coutinho T, Monteiro MFG, Sayd JD, Teixeira MTB, Coutinho CM, Coutinho LM. Monitoramento do processo de assistência pré-natal entre as usuárias do Sistema Único de Saúde em município do Sudeste brasileiro. Rev Bras Ginecol Obstet. 2010 nov;32(11):563-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032010001100008. PMid:21271168.

18 Folk DM. Hypertensive disorders of pregnancy: overview and current recommendations. J Midwifery Womens Health. 2018;63(3):289-300. PMid:29764001.

19 Vettore MV, Dias M, Domingues RMSM, Vettore MV, Leal MC. Cuidados pré-natais e avaliação do manejo da hipertensão arterial em gestantes do SUS no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública [online], 2011 maio;27(5):1021-34. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011000500019.

20 Townsend R, O’Brien P, Khalil A. Current best practice in the management of hypertensive disorders in pregnancy. Integr Blood Press Control. 2016 jul 27;9:79-94. http://dx.doi.org/10.2147/IBPC.S77344. PMid:27555797.

21 Merhy EE. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do trabalho vivo em saúde. In: Merhy EE, Onoko R, organizadores. Agir em saúde: um desafio para o público [Internet]. São Paulo: Hucitec; 2002. p. 71-113 [citado 2020 maio 25]. Disponível em: https://digitalrepository.unm.edu/lasm_pt/145

22 Zanchi M, Gonçalves CV, Cesar JÁ, Dumith SC. Concordância entre informações do Cartão da Gestante e do recordatório materno entre puérperas de uma cidade brasileira de médio porte. Cad Saude Publica. 2013;29(5):1019-28. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000500019. PMid:23703007.

23 Nunes JT, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Qualidade da assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cad Saude Colet. 2016;24(2):252-61. http://dx.doi.org/10.1590/1414-462X201600020171.

24 Resolução COFEN n°. 429/2012 de 8 de junho de 2012 (BR). Dispõe sobre o registro das ações profissionais no prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem. Diário Oficial da União [periódico na internet], Brasília (DF), 8 jun 2012; Seção 1 [citado 2020 maio 25]. Disponível em: http://www.coren-ro.org.br/resolucao-cofen-no-4292012_2155.html

25 Gigante RL, Campos GWS. Política de formação e educação permanente em saúde no Brasil: bases legais e referências teóricas. Trab Educ Saúde. 2016 set/dez;14(3):747-63. http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sip00124.

26 Freire P. A alfabetização de adultos: crítica de sua visão ingênua; compreensão de sua visão crítica. In: Freire P. Ação Cultural para a Liberdade: e outros escritos [Internet]. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2003 [citado 2020 maio 25]. Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/otp/livros/acao_cultural_liberdade.pdf
 


Submitted date:
25/05/2020

Accepted date:
07/08/2020

67e19943a95395106d0c3575 ean Articles

Esc. Anna Nery

Share this page
Page Sections