Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
https://app.periodikos.com.br/journal/ean/article/doi/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0101
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
Revisão

Challenges for the implementation of the chain of custody for rape victims in the Federal District

Desafíos para implantación de la cadena de custodia para víctimas de violación en el Distrito Federal

Desafios para implantação da cadeia de custódia para as vítimas de estupro no Distrito Federal  

Alessandra Arrais; Elen Carioca Zerbini; Fernanda Schieber Saúde Vilas Boas de Oliveira Jota; Renata Rodrigues de Melo Almeida; Arlete Rodrigues Chagas da Costa; Katiane Tavares da Silva

Downloads: 0
Views: 16

Abstract

Chain of Custody implies adequate collection, recording, and storage of the vestige of sexual violence, guaranteeing the reliability of the material that will be forwarded as expert evidence. Its implementation in the Unified Health System has faced challenges.

Objective: To know the attendance to victims of sexual violence in the public maternity of Federal District and evaluate the knowledge of the team about the legislation on a chain of custody.

Method: Cross-sectional, quantitative, and descriptive study with 134 medical and nursing professionals working in the obstetric emergency, who answered a questionnaire, submitted to descriptive statistical analysis and the Qui-Square Test.

Results: Of the 78.95% of professionals who reported attending to victims of sexual violence, 25.71% consulted in 10 minutes, and 14.18% received specific training. The situational diagnosis reveals that the care is superficial, centered on medical issues, and the collection of vestiges is non-existent.

Conclusion and implications to nursing practice: A generalized change of posture is necessary so that it is possible to implant the chain of custody in the maternity studied. It is essential to develop care beyond medical issues, and which includes forensics. It is suggested a collaborative action between physicians and nurses, with nursing as the epicenter of this process.

Keywords

Sex Offenses; Custodial Care; User Embracement; Unified Health System

Resumen

La Cadena de Custodia implica el adecuado proceso de recolección, registro y almacenamiento del vestigio de la violencia sexual, garantizando confiabilidad al material encaminado como prueba pericial. Su instalación en el Sistema Unico de Salud ha enfrentado desafíos.

Objetivos: Conocer la atención a la víctima de violencia sexual en maternidad pública del Distrito Federal y evaluar el conocimiento del equipo acerca de la legislación sobre cadena de custodia.

Método: Estudio transversal, cuantitativo y descriptivo, con 134 profesionales de medicina y enfermería actuantes en la emergencia obstétrica, que respondieron un cuestionario, sometido al análisis estadístico descriptivo y al Test Qui-Cuadrado.

Resultados: Entre el 78,95% de los profesionales que afirmaron atender a víctimas de violación, 25,71% las consultan en 10 minutos y 14.18% recibieron capacitación específica. El diagnóstico situacional revela que la atención es superficial, centrada en cuestiones médicas y la recolección de vestigios es inexistente.

Conclusión e implicaciones para la práctica de enfermería: Un cambio generalizado de postura es necesario para posibilitar la implantación de la cadena de custodia en la maternidad estudiada. Es fundamental desarrollar una atención más allá de cuestiones médicas y que incluya cuestiones periciales. Se sugiere una actuación colaborativa entre médicos y enfermeros, teniendo la enfermería como epicentro de ese proceso.

Palabras clave

Delitos Sexuales; Cuidado en Custodia; Acogimiento; Unified Health System

Resumo

A Cadeia de Custódia implica no adequado processo de coleta, registro e armazenagem do vestígio da violência sexual, garantindo a confiabilidade do material que será encaminhado como prova pericial. Sua instalação no Sistema Único de Saúde tem enfrentado desafios.

Objetivos: Conhecer o atendimento à vítima de violência sexual em maternidade pública do DF e avaliar o conhecimento da equipe acerca da legislação sobre cadeia de custódia.

Método: Estudo transversal, quantitativo e descritivo, com 134 profissionais de medicina e enfermagem que atuam na emergência obstétrica, que responderam a um questionário, submetido à análise estatística descritiva e o Teste Qui-Quadrado.

Resultados: Dentre os 78,95% dos profissionais que afirmaram atender vítimas de violência sexual, 25,71% as consultam em 10 minutos e 14.18% receberam capacitação específica. O diagnóstico situacional revela que o atendimento é superficial, centrado em questões médicas e a coleta de vestígios é inexistente.

Conclusão e implicações para a prática de enfermagem: Uma mudança generalizada de postura é necessária para que seja possível implantar a cadeia de custódia na maternidade estudada. É fundamental desenvolver um o atendimento para além de questões médicas, e que inclua questões periciais. Sugere-se uma atuação colaborativa entre médicos e enfermeiros, tendo a enfermagem como epicentro desse processo.

Palavras-chave

 Delitos Sexuais; Assistência de Custódia; Acolhimento; Sistema Único de Saúde

Referências

1 World Health Organization (WHO). Preventing intimate partner and sexual violence against women: taking action and generating evidence. Geneva: WHO; 2010; [cited 2018 apr 22]. Available from: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/violence/9789241564007/en/

2 Sena CA, Silva MA, Falbo Neto GH. Incidência de violência sexual em crianças e adolescentes em Recife/Pernambuco no biênio 2012-2013. Ciênc Saúde Colet [Internet]. 2018; [cited 2018 may 10]; 23(5):1591-1599. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232018000501591&lng=pt&nrm=iso&tlng=en DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018235.18662016

3 Minayo MCS, Souza ER, Silva MMA, Assis SG. Institucionalização do tema da violência no SUS: Avanços e desafios. Ciênc Saúde Colet [Internet]. 2018 mar; [cited 2018 may 15]; 23(6):2007-16. Available from: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/institucionalizacao-do-tema-da-violencia-no-sus-avancos-e-desafios/16686

4 Osis MJD, Duarte GA, Faúndes A. Violência entre usuárias de unidades de saúde: prevalência, perspectiva e conduta de gestores e profissionais. Rev Saúde Pública [Internet]. 2012 apr; [cited 2018 may 15]; 46(2):351-8. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102012000200018&lng=en&nrm=iso DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102012005000019

5 Signorelli MC, Auad D, Pereira PPG. Violência doméstica contra mulheres e a atuação profissional na atenção primária à saúde: um estudo etnográfico em Matinhos. Cad Saúde Pública. 2013;29(6):1230-1240.

6 Vieira EM, Perdona GCS, Almeida AM, Nakano AM, Spano SMA, Daltoso D, et al. Conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde em relação à violência de gênero. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2009; [cited 2018 may 20]; 12(4):566-77. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2009000400007

7 Ferrante FG, Santos MA, Vieira EM. Violência contra a mulher: percepção dos médicos das unidades básicas de saúde da cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Interface (Botucatu) [Internet]. 2009 dec; [cited 2018 jun 05]; 13(31):287-299. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832009000400005

8 Guedes RN, Fonseca RMGS, Egry EY. Limites e possibilidades avaliativas da estratégia saúde da família para a violência de gênero. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2013 apr; [cited 2018 jun 06]; 47(2):304-311. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342013000200005&lng=en&nrm=iso DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342013000200005

9 Presidência da República (BR). Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 12.845, de 1º de agosto de 2013. Dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. Brasília (DF): Presidência da República. 1 ago 2013; [cited 2018 jun 10]. Available from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12845.htm

10 Ministério da Saúde (BR). Ministério da Justiça, Secretaria de Políticas para as Mulheres. Norma Técnica Atenção Humanização às Pessoas em Situação de Violência Sexual com Registro de Informações e Coleta de Vestígios. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2015.

11 Santos ES, Almeida MAPT. Atendimento prestado pelos Serviços de saúde à Mulher Vítima de Violência Sexual. Id on Line Revista de Psicologia. 2017 apr; [cited 2018 jun 10]; 11(35):84-99. Available from: https://doi.org/10.14295/idonline.v11i35.721

12 Facuri CO, Fernandes AMS, Oliveira KD, Andrade TS, Azevedo RCS. Violência sexual: estudo descritivo sobre as vítimas e o atendimento em um serviço universitário de referência no Estado de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública [Internet]. 2013 may; [cited 2018 jun 13]; 29(5):889-898. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000500008

13 Creswell, JW. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed, 2007.

14 Lansky S, Friche AAL, Silva AAM, Campos D, Bittencourt SDA, Carvalho ML, et al. Pesquisa Nascer no Brasil: perfil da mortalidade neo-natal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido. Cad Saúde Pública [Internet]. 2014; [cited 2018 jul 04]; 30(Suppl 1):S192-S207. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00133213

15 Spector JM, Agrawal P, Kodkany B, Lipsitz S, Lashoher A, Dziekan G, et al. Improving quality of care for maternal and newborn health: prospective pilot study of the WHO safe childbirth checklist program. PLoS One [Internet]. 2012 may; [cited 2018 jul 04]; 7(5):e35151. Available from: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0035151

16 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas de Saúde. Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violência. Rev Saúde Pública [Internet]. 2001 aug; [cited 2018 jul 11]; 34(4):427-430. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000400020&lng=en DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102000000400020

17 Garbin CAS, Dias IA, Rovida TAS, Garbin AJI. Desafıos do profıssional de saúde na notifıcação da violência: obrigatoriedade, efetivação e encaminhamento. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2015 jun; [cited 2018 jul 25]; 20(6):1879-1890. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000601879&lng=en&nrm=iso DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015206.13442014

18 Faúndes A, Rosas CF, Bedone AJ, Orozco LT. Violência sexual: procedimentos indicados e seus resultados no atendimento de urgência de mulheres vítimas de estupro. Rev Bras Ginecol Obstetr [Internet]. 2006 feb; [cited 2018 aug 01]; 28(2):126-135. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032006000200009

19 Camilo LSS, et al. Preservação da cena de crime pelo enfermeiro no serviço de atendimento móvel de urgência: uma revisão integrativa. Cadernos de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde. 2017 Oct;4(2):185-202.

20 Mattar R, et al. Assistência multiprofissional à vítima de violência sexual: a experiência da Universidade Federal de São Paulo. Cad Saúde Pública [Internet]. 2007 feb; [cited 2018 aug 01]; 23(2):459-464. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2007000200023&lng=en&nrm=iso DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007000200023

21 Passos AIM, Gomes DAY, Gonçalves CLD. Perfil do atendimento de vítimas de violência sexual em Campinas. Rev Bioét [Internet]. 2018 jan; [cited 2018 aug 02]; 26(1):67-76. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-80422018000100067&lng=pt DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1983-80422018261227

22 Waldow VR. Cuidado colaborativo em instituições de saúde: o enfermeiro como integrador. Texto Contexto - Enferm [Internet]. 2014 dec; [cited 2018 aug 07]; 23(4):1145-1152. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072014000401145&lng=en DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072014001840013

23 Cunha PLL. Implantação de cadeia de custódia de vestígios. Implicações para a gestão da polícia civil e do Distrito Federal [dissertation]. Brasília (DF): Escola de Administração Pública. Fundação Getúlio Vargas - FGV; 2012.
 


Submetido em:
28/03/2019

Aceito em:
30/07/2019

68015d6ea95395426b12ee53 ean Articles

Esc. Anna Nery

Share this page
Page Sections