Este trabalho faz uma reflexão acerca de as representações da velhice, isto é, do recorte etário usado para identificar indivíduo idosos, e, sobretudo, o papel do idoso em sua comunidade são produções sociais específicas, portanto situadas em uma conjuntura sócio-histórico-cultural. Deste modo, no ocidente, em um contexto de capitalismo exacerbado, o idoso foi encoberto por uma imagem de vulnerabilidade e incapacidade, produto da exclusão e estigmatização dos indivíduos que não mais contribuem diretamente para o mercado produtor. Assim, cabe à gerontologia e à geriatria - assim como outros saberes -, a partir doséculo XX,se responsabilizar por inverter essa perspectiva, por meio da concepção de uma velhice bem sucedida, na qual seria possível ao idoso gozar das mesmas atividades que os sujeitos de outras faixas etárias, sobretudo sendo ativo em experiências do curso de vida sexual. Em vista disso, uma vida sexual ativa torna-se extremamente importante na produção do constructo de uma velhice bem-sucedida, e que deve se opor à imagem da velhice - enraizada na concepção de um idoso vulnerável e incapaz - de que o envelhecimento traz consigo a perda da sexualidade dos idosos.