Partindo da concepção de que as mulheres deveriam permanecer em seus lares, procriando e cuidando dos filhos, bem como do marido, as personagens femininas que lutavam contra esse ideal eram marginalizadas por uma sociedade construída a partir das bases do conservadorismo masculino. Desse modo, esta pesquisa criada a partir de um Projeto de Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí - UESPI, parte da seguinte problemática: Como as mulheres entre 40 e 50 anos definem/pensam a questão da não maternidade? A partir do objetivo de apresentar os principais aspectos que permitiram que algumas mulheres na cidade de Teresina entre 40 e 50 anos não desejassem a maternidade, a análise é conduzida a partir de argumentos sobre a ampliação do processo de escolarização para as mulheres no Brasil, e consequentemente, sua inserção no mercado de trabalho, fatores que contribuíram para que tais personagens construíssem uma nova consciência em torno do que seria sua satisfação pessoal e profissional. Para auxiliar na análise, foram utilizados os trabalhos bibliográficos de autores e autoras como Vázquez (2017), Gil (2002) e Minayo (2007). Os dados sobre o mercado de trabalho e a educação feminina a partir de uma observação no trabalho de Andrade (2016) entrevistas e arquivos pessoais, serão utilizados como fontes primárias. A pesquisa está fundamentada na Nova História Cultural que, de acordo com Peter Burke (2008), possibilitou o surgimento de novos temas relacionados à História e sua interdisciplinaridade, tornando mais complexo o campo de análise dos historiadores e historiadoras.