QUE CORPOS SÃO ESSES? PRÁTICAS IDENTITÁRIAS INSURGENTES DE MULHERES AFRODESCENDENTES
Francilene Brito da Silva, Francis Musa Boakari, Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa
Resumo
A partir de três pesquisas com mulheres, questionamos que corpos são esses e como esses corpos produzem práticas insurgentes em seus atos e contextos de poder-saber-ser, com uma consciência das fronteiras (sociais, políticas, educacionais, artísticas). O ato como um fenômeno de existência que abriga identidades e insurgências nos fala de corpos que rasgam e são rasgados por um sistema mundo global: a colonialidade. Em sentido concreto, os atos ou práticas pensados neste grupo de trabalho ensejam mulheres: capoeiristas, afrodescendentes e artistas/em imagens de arte. Estes loci de enunciações se inserem numa rede de poderes/saberes que acionam e são acionados por corpos de mulheres subalternizadas e desubalternas. Elas ou suas imagens falam de um lugar e tempo, de vulnerabilidades, mas, sobretudo, de possibilidades (existir produzindo(-se). Os trabalhos convidados a submissão para este GT poderão mexer com diferentes “mulheres” associando as suas potencialidades epistêmicas de existências identitárias. Nossas pesquisas encaminham-se a partir das seguintes identidades/insurgências: mulheres capoeiristas produzindo epistemologias do corpo; mulheres afrodescendentes de sucesso em que sua formação universitária aumenta as oportunidades para uma participação mais significativa no mercado de trabalho e na sociedade como cidadã; mulheres afrodescendentes artistas e/ou nas imagens de arte de museus, em que suas histórias compartilhadas desobedecem a lógica de uma colonialidade de gênero e de raça. Dialogamos com autores como: Gloria Anzaldúa (2005); Mikhail Bahktin (2011); Walter Mignolo (2003); Catherine Walsh (2013); Stuart Hall (2011), Judith Butler (2003); Francis M. Boakari (2010); Jascira da S. Lima (2018); Francilene B. da Silva (2017); Vicelma M. de Paula Barbosa Sousa (2012), dentre outras/os. Esses estudos nos desafiam a sentir possibilidades que estes corpos nos ensinam.
Palavras-chave
Referências
ANZALDÚA, Gloria. La Conciencia de la mestiza/Rumo a uma nova consciência. Estudos Feministas, Florianópolis, 13(3): 320, setembro-dezembro/2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ref/v13n3/a15v13n3.pdf>. Acesso em: 13 mai. 2017.
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LIMA, Jascira da Silva. Identidades e Relações de Gênero em Movimentos no Território dos Cocais-Pi. 2018. 165 p. Tese (Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/CCH) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís.
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SILVA, Francilene Brito da Silva. Imagens de mulheres e crianças afrodiaspóricas: narrativas piauienses para além do museu brasileiro. 2017. 199 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
SOUSA, Vicelma Maria de Paula Barbosa. Rap de "Quebrada": Construção de Sentidos e Saberes pelos Grupos de Rap - "A Irmandade" e "Reação do Gueto" de Teresina-Pi. Ano de Obtenção: 2012. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Piauí, 2012.
WALSH, Catherine (Ed.). Pedagogías Decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo I. Quito, Ecuador: Ediciones Abya-Yala, 2013.
Submetido em:
20/08/2019
Revisado em:
14/08/2019
Aceito em:
29/08/2019