Entre 17 e 21 de junho de 2018 foi realizada a edição conjunta do 62º Congresso Brasileiro de Cerâmica e 7th International Congress on Ceramics, em Foz do Iguaçú. A programação do evento evidencia o grande número e diversidade de subáreas contidas dentro do tema geral, Materiais Cerâmicos. Os trabalhos abordando as chamadas “cerâmicas tradicionais” foram enquadrados no Simpósio intitulado “New trends in silicate and clay-based ceramics” (Novas tendências em silicatos e cerâmicas à base de argilas) com 7 trabalhos orais.

Até onde sei, os profissionais mais diretamente ligados ao setor produtivo praticamente não compareceram. Pela minha experiência, uma das principais razões para essa ausência é a impressão de que os temas abordados pouco têm a ver com a realidade das empresas em que trabalham. Entretanto essa visão imediatista pode ser um erro.

Para ilustrar o mencionado acima é oportuno mencionar a introdução da decoração digital nas indústrias de revestimentos cerâmicos. Uma tecnologia que foi desenvolvida para finalidades que pouco ou nada tinham a ver com os revestimentos cerâmicos, em um curto período de tempo revolucionou o setor. Que profissional da indústria de revestimentos iria assistir a uma palestra sobre decoração digital há algumas décadas atrás?

Na mesma linha, os bons observadores certamente notaram que praticamente todos os últimos desenvolvimentos das industrias de cerâmicas tradicionais são fruto da aplicação de tecnologias e fundamentos das chamadas cerâmicas avançadas e de outras áreas do conhecimento.

Em vista do exposto acima sugiro que os profissionais que atuam nas indústrias de cerâmica tradicional, quase que a totalidade no caso do Brasil, passem a buscar soluções para seus problemas nas tecnologias desenvolvidas para a fabricação de cerâmicas avançadas e até mesmo outras áreas do conhecimento.